Amigos, achei muito interessante esta notícia do "New York Times" sobre venda de armas no planeta, do jornalista americano Thom Shanker. Veja a íntegra da notícia, que foi publicada hoje no jornal brasileiro "O Globo":
"Apesar da recessão que deu um golpe no mercado bélico global ano passado, os Estados Unidos expandiram seu papel como líder no fornecimento de armamentos, aumentando sua fatia no mercado em mais de dois terços de todos os negócios internacionais, conforme novo estudo do Congresso. O país assinou acordos no valor de US$ 37,8 bilhões em 2008, ou 68,4% de todos os negócios do mercado global de armas, um aumento bastante significante em relação às vendas do ano anterior, que somaram US$ 25,4 bilhões.
A Itália ficou num distante segundo lugar, com US$ 3,7 bilhões em 2008, enquanto a Rússia se posicionou em terceiro, fechando o ano com US$ 3,5 bilhões - uma queda considerável em comparação a 2007, quando Moscou fechou acordos no valor de US$ 10,8 bilhões.
O crescimento na venda de armamentos pelos Estados Unidos ano passado foi particularmente notável em oposição à tendência mundial. Em 2008, o valor total de venda de armas em todo o mundo foi de US$ 55,2 bilhões, o que representa uma queda de 7,6% em relação a 2007.
Essa ampliação dos negócios americanos 'foi atribuída não somente às novas grandes encomendas de clientes no Oriente Médio e na Ásia, mas também à manutenção de equipamentos e aos contratos de serviços de apoio com um número amplo de clientes dos Estados Unidos globalmente', de acordo com o estudo, intitulado 'Transferência de armamento convencional para países em desenvolvimento'.
O relatório anual foi produzido pelo Serviço de Pesquisa do Congresso e foi considerado a mais detalhada coleta de dados de vendas globais de armas não classificadas disponíveis para o público.
O declínio no mercado de armamentos em 2008 pode ser explicado pela relutância de muitas nações em fazer novas encomendas de armas 'diante da severa recessão internacional', escreveu Richard F. Grimmett, especialista em segurança internacional e principal autor do estudo.
O relatório de Grimmett considera o aumento nas vendas pelos Estados Unidos 'extraordinário' em tempos de crise. Nesse mercado altamente competitivo, países buscam lucro e influência política por meio das vendas de armamentos, em particular para as nações em desenvolvimento.
A venda de armas para países em desenvolvimento alcançou um volume de US$ 42,2 bilhões em 2008, apenas uma expansão simbólica em comparação aos US$ 41,1 bilhões de 2007.
Os Estados Unidos são o líder não apenas na venda de armas globalmente, mas também especificamente para nações em desenvolvimento, assinando US$ 29,6 bilhões em acordos com estes países, ou 70,1% dos negócios feitos com esse grupo. O estudo mostra que os contratos fechados pelos Estados Unidos no passado incluem US$ 6,5 bilhões em defesa aérea para os Emirados Árabes, US$ 2,1 bilhões em jatos militares para o Marrocos e US$ 2 bilhões em helicópteros para Taiwan. Entre os principais clientes estão Índia, Iraque, Arábia Saudita, Egito, Coreia do Sul e Brasil.
A Rússia ficou em segundo lugar nessa categoria em 2008, com US$ 3,3 bilhões em vendas para países em desenvolvimento, cerca de 7,8% desses acordos. O relatório aponta que apesar de Moscou continuar a ter China e Índia como seus principais clientes, o novo foco russo é a América Latina, especialmente a Venezuela. A França ficou em terceiro, com US$ 2,5 bilhões, ou 5,9% desse mercado.
O principal comprador de armas em 2008 entre as nações em desenvolvimento foram os Emirados Árabes (US$ 9,7 bilhões), seguido da Arábia Saudita (US$ 8,7 bilhões) e do Marrocos (US$ 5,4 bilhões)."
[Jornal "O Globo", 07 de setembro de 2009, sessão O MUNDO, página 22].
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