Este blog tem como objetivo nos ajudar a compreender melhor o mundo em que vivemos. Perceber que tudo é uma ação histórica e, assim, SOMOS PERSONAGENS DA HISTÓRIA.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Ser Republicano
Mudanças no Senado?
quarta-feira, 29 de julho de 2009
REPORTAGEM DA VEJA SOBRE O PMDB
Em relação ao fisiologismo, algo enraizado na prática política do PMDB, a reportagem cita a definição da Wikipédia, que vale a pena ser reproduzida aqui: "Fisiologismo é um tipo de relação de poder político em que as ações políticas e decisões são tomadas em troca de favores, favorecimentos e outros benefícios a interesses individuais. É um fenômeno que ocorre frequentemente em parlamentos, mas também no Poder Executivo, estreitamente associado à corrupção política. Os partidos políticos podem ser considerados fisiologistas quando apoiam qualquer governo independentemente da coerência entre as ideologias ou planos programáticos".
O partido serviu como abrigo e até esconderijo para todas as correntes políticas que faziam oposição aos militares. A convivência entre figuras tão distintas se consolidou com o tempo e fez do partido uma espécie de sigla ecumênica. 'Nós nascemos com o único objetivo de retomar a democracia. Nunca tivemos unidade ideológica, programa econômico ou plano de desenvolvimento. Vencemos a ditadura e ficamos sem bandeira', admite Wellington Moreira Franco, ex-governador do Rio de Janeiro e atual vice-presidente da Caixa. O PMDB talvez seja o único partido do mundo que admite a dissidência em seu estatuto. O fato de ser uma agremiação sem ideologia, sem programa e sem projeto facilitou ao PMDB estar presente em todos os governos nos últimos 24 anos, sem nenhum conflito.
O PMDB tem nove governadores, seis ministros e a maior bancada do Congresso. Mas não tem uma liderança, alguém capaz de falar em nome do partido. A falta de referencial facilita à sigla compor-se com quem quer que seja. 'O PMDB é um partido com líderes inexpressivos. Alguém se lembra de algo relevante oriundo de Renan Calheiros ou de José Sarney?', questiona o historiador Marco Antonio Villa. Durante a ditadura, o partido teve ícones, como Tancredo Neves e Ulysses Guimarães. Hoje tem como farol figuras como Orestes Quércia e Jader Barbalho, que dirigem quadros rasteiros. Caso do senador Wellington Salgado, um especialista em defender colegas enrolados. Indagado sobre as últimas denúncias contra o senador José Sarney – gravado pela polícia articulando a nomeação do namorado de uma neta para o Senado –, Salgado vaticinou: 'Ele fez o que todo senador faz'.
O PMDB começou a fazer graduação em teoria fisiológica ainda na ditadura. Na ocasião, não havia eleições diretas para presidente, governador e prefeito de capital – e o partido passou a priorizar os grotões, onde até hoje a promessa de qualquer coisa, seja uma nota de 10 reais, seja um emprego, ainda vale um voto. Em 1985, depois que José Sarney assumiu a Presidência, o partido começou a aplicar em larga escala suas habilidades em temas heterodoxos, tudo disfarçado de ações supostamente em favor da governabilidade e da formação de maioria. Na era Sarney, a especialidade da bancada do PMDB era permutar votos por concessões de rádio e TV. No governo Collor, o partido não teve muito espaço e ajudou a derrubá-lo. Na era Fernando Henrique Cardoso, a chantagem virou o instrumento de pressão do partido. Sob Lula, a troca de apoio por cargos chegou ao extremo. Hoje, o partido comanda órgãos que movimentam um orçamento de 240 bilhões de reais. Quem já teve como função negociar com o PMDB sabe que quem não ceder perde: 'O que muda é o tamanho da colher. Em um governo, o PMDB tem uma colher de sopa. Em outro, de sobremesa. Em outro, de chá. Mas ele sempre ganha seu bocado de poder', afirma o senador Arthur Virgílio, que foi líder de FHC no Congresso.
O PMDB é um partido pragmático. Sabe como chegar ao eleitorado e o que precisa fazer para agradar-lhe. Autor do livro A Cabeça do Eleitor, o sociólogo Alberto Carlos Almeida compara o PMDB ao brasileiro médio. "O PMDB é o partido do centro, da ambiguidade, do meio-termo, da neutralidade, do interior do país, de escolaridade baixa, morador das regiões menos avançadas. É como a média do brasileiro', compara. E esse brasileiro médio não vota por ideologia ou por afinidade, mas em quem lhe traz um benefício concreto e imediato. Por exemplo, o deputado que indica o gestor da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Por meio do órgão chegarão remédios e obras à base do parlamentar, que terá uma população muito agradecida a ele na eleição seguinte. Por isso, órgãos como a Funasa, os Correios e o INSS são tão cobiçados pelo PMDB. Há ainda uma segunda vantagem. É comum um parlamentar brigar para indicar diretorias de obras de uma estatal. O alvo nesse caso são as empreiteiras contratadas, que se tornam potenciais doadoras de campanha. 'A regra é o pagamento de comissões que vão de 5% a 10% para o partido', afirma um ex-ministro peemedebista. É por isso que a lista de cargos ocupados pelo PMDB é tão ampla. Vai de um ministério a um posto de polícia no interior.
O PMDB é entrave a qualquer mudança necessária para a modernização. O caso mais emblemático é a reforma política. Não há razão em apoiar alterações na regra se as distorções estão na gênese do poder do partido. 'As leis eleitorais não mudarão enquanto beneficiarem essa bancada que não disputa eleição mas se dá bem em qualquer governo', afirma o cientista político Gaudêncio Torquato. A reforma tributária também fica em segundo plano. Se puxar de um lado, prejudica o empresariado, que financia as campanhas do PMDB. Se puxar de outro, prejudica estados e municípios, nos quais o partido está entranhado na máquina. Ao negociar alianças prévias com o PT e o PSDB, os dois prováveis adversários nas eleições presidenciais do ano que vem, o PMDB está apenas cuidando do próprio futuro. Para o bem e para mal, também do nosso próprio futuro."
Lula e o presidente do PMDB, Michel Temer, um ex-serrista agora com o PT
terça-feira, 28 de julho de 2009
MISTÉRIOS ENTRE O CÉU E AS PREFEITURAS
"Por mais que a ciência avance no conhecimento dos fenômenos naturais, as variações climáticas continuam a contrariar as previsões. Dá-se como certo que vai fazer um solão no fim de semana e lá vem uma frente fria inesperada e atrapalha tudo. Os meteorologistas anunciam um inverno chuvoso e logo o ar seco está irritando os olhos e gargantas. (...)
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Escândalos no Senado Federal
domingo, 19 de julho de 2009
Escândalos no Congresso Federal
MARCO - É verdade, não é só o Sarney. O Senado teve outros presidentes e Mesas compostas por vários senadores. Quer dizer, a crise é do Senado. Mas não é só do Senado. É do Senado e do Sarney. Afinal, ele já tinha sido duas vezes presidente do Senado. As denúncias contra ele já são conhecidas no Maranhão há muito tempo. O que está sendo denunciado agora, em esfera nacional, a oposição fala no Maranhão há quatro décadas. No Maranhão todo mundo sabe! (...)
MARCO - Sarney é o cacique que está há mais tempo na política brasileira, é extremamente nocivo. Toda essa crise que ele está vivendo me parece uma espécie de dobra de finados. A partir dali, acho que é a morte política do Sarney. Ele está caminhando para essa morte política. Evidentemente, ele ainda tem um poderzinho, mas já não tem mais o mesmo poder que tinha. (...)
MARCO - Sarney é o símbolo maior desse poder dos coronéis. Por isso essa crise é extremamente saudável. Estamos caminhando para virar a página, para o fim desse poder antidemocrático representado pelas oligarquias. É o maior deles é o Sarney. (...)
(O Globo, sessão O País, página 5, dia 19 de julho de 2009).
Gilberto Mestrinho, ex-governador do Amazonas, morre aos 81 anos
Publicada em 19/07/2009 às 17h00m
CBN; O Globo; Agência BrasilRIO - O ex-senador e ex-governador do Amazonas Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), de 81 anos, faleceu na manhã deste domingo. Mestrinho, que lutava contra um câncer de pulmão, estava internado desde o último dia 3, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Prontocord, em Manaus. O boletim médico divulgado apontou como causa da morte insuficiência cardiorrespiratória.
O corpo de Mestrinho está sendo velado no salão nobre do Palácio Rio Negro, antiga sede do governo do estado. A família quer dar oportunidade para a população se despedir do ex-governador. Ele será embalsamado, e o enterro está previsto para as 10h de terça-feira, no cemitério São João Batista, na capital amazonense.
O governo do Amazonas decretou luto de três dias pela morte de Mestrinho. Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a perda. "Mestrinho teve um papel de destaque como líder político do Amazonas. Sua atuação ímpar como senador, presidindo por três vezes consecutivas a Comissão Mista de Orçamento, deixou sua marca na história do Senado. Neste momento de profundo pesar, envio meu abraço de solidariedade a seus familiares e a seus companheiros de atuação política", diz a nota.
Governador do Amazonas por três vezes, foi terror dos ambientalistasAuditor fiscal aposentado do Tesouro Nacional, Gilberto Mestrinho foi eleito três vezes governador do Amazonas. Ingressou na vida política em 1956, como prefeito de Manaus. Ao longo de sua trajetória, colecionou diversas polêmicas, principalmente na área ambiental. Ganhou apelidos como "imperador da selva" e "vilão ecológico", mas o que mais gostava era "Boto Tucuxi", título do livro do escritor Márcio de Souza. Ele deixa esposa, nove filhos e mais de 20 netos.
Durante a conferência da biodiversidade, a Rio-92, no Rio de Janeiro, o então governador abusou da fama de politicamente incorreto. Aliado de madeireiras estrangeiras e inimigo de Sting, missionários estrangeiros, Raoni e de qualquer ecologista, pregava sem pudor: "A Amazônia não é museu. Sou a favor do desmatamento da floresta; as árvores velhas não produzem oxigênio, só gás carbônico".
Durante a revolução de 1964, foi cassado, com base em denúncias de corrupção. Passou 20 anos fora do Amazonas. Sempre fiel ao PMDB, foi eleito para o Senado em 1998, onde permaneceu até 2007.
Em abril de 2006, o então senador viveu momentos de terror ao lado de sua família, quando teve a casa invadida por 15 homens, em São Conrado, no Rio. Mestrinho, a mulher, Maria Emília, e três empregados foram amarrados e agredidos pelos bandidos. Os assaltantes queriam que ele abrisse um cofre que estava sem uso há anos. Como Mestrinho não conseguia abri-lo, eles ameaçaram decepar os dedos das mãos de Maria Emília.
[Notícia vista no site do O Globo, domingo 19 de julho de 2009]