sábado, 31 de outubro de 2009

A Mulher Papa

Meus amigos, saiu hoje no jornal O GLOBO, da jornalista Graça Magalhães, uma reportagem sobre uma lenda medieval da alemã Joana que virou Papisa. Vale a pena ler esta reportagem:

"Uma das histórias mais controvertidas da Igreja Católica volta a ser discutida com um filme recém-lançado na Europa e que chega em dezembro ao Brasil. 'A Papisa Joana' conta a vida de uma alemã da Idade Média que, vestida de homem, teria se tornado Papa. De sua existência não se tem provas concretas ou documentos formais - mas muitos santos, como São Jorge, estão na mesma situação. Mito para alguns, verdade para outros, a Papisa Joana voltou, trazend consigo a discussão sobre o papel da mulher na Igreja.
Para a teóloga alemã Elisabeth Gösmann, que foi colega de universidade de Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, é impossível dizer com certeza se a papisa Joana existiu ou se a sua história é uma lenda.
- É difícil separa a ficção dos fatos históricos porque figura de Joana foi manipulada diversas vezes no passado - diz ela.
O filme de Sönke Wortmann é baseado no livro escrito pela americana Donna Woolfolk Cross em 1996, um romance tendo por base documentos históricos da Idade Média. Mas a história da mulher que viveu em uma aldeia alemã, numa época em que meninas eram proibidas de aprender ler e escrever,continua a fascinar muita gente.
O filme começa como o livro, no inverno do ano de 814, quando nasce Joana, como a terceira depois de dois filhos homens. O pai era um padre de aldeia, um homem autoritário, espancador, enquanto que a mãe tinha o destino normal das mulheres da Idade Média, ter filhos e cuidar do fogão.
Quando Joana (interpretada por Johanna Wokalek) demonstrou não ficar satisfeita com um destino idêntico ao da mãe e começou a mostrar que era inteligente, tendo aprendido a ler e a escrever, foi espancada pelo pai. Depois, quando conseguiu ter acesso a uma escola, foi hostilizada por professores e alunos. Ela recebeu ajuda apenas do conde Gerold (vivido por David Wenham).
Depois de concluir que como mulher não teria nenhuma chance na sociedade, Joana decidiu vestir-se de homem, adotar o nome de Johannes Anglicus e ingressar no mosteiro de Fulda. Como homem, sua inteligência e conhecimentos eram respeitados e não motivo de hostilidade. Na versão de Cross, Joana aprendeu medicina com os monges. Outras fontes negam, porém, que a futura papisa tenha adquirido tais conhecimentos.
Na versão mostrada no filme, quando Johannes foi para Roma, tornou-se o principal conselheiro do Papa Sergius, gravemente enfermo, por causa dos seus conhecimentos médicos. Quando este morreu, ela foi surpreendida ao ser eleita Papisa. Segundo a versão do filme, Joana viveu dois anos e meio como Papa João VIII. O seu segredo só foi descoberto quando ela, grávida de Gerold, que encontrou mais tarde em Roma, caiu do cavalo com as dores do parto.
Em um livro de 800 páginas que escreveu em 1994, dois anos antes do lançamento do bestseller da americana Donna Cross, Gösmann analisa detalhadamente todos os documentos existentes sobre a suposta papisa, deste o texto de Jean de Mailly, de meados do século XIII.
Trata-se da 'Chronica Universalis Mettensis', onde o dominicano francês Jean Mailly escreve sobre a existência de uma papisa Joana no século IX, que teria começado a sofrer dores de parto durante uma procissão. Ao tomar conhecimento de que o Papa era uma mulher, ela foi apedrejada por uma multidão furiosa. Duas décadas mais tarde, o também dominicano Martin von Troppau escreveu sobre uma Joana que teria sido Papa entre os anos de 855 e 858.
Outro indício da existência da papisa e da crise que teria causado na Igreja Católica, seria o hábito introduzido no final do século IX de teste do sexo do Papa. Só depois da comprovação do sexo masculino do Papa eleito, seu nome era oficializado. A cerimônia de teste de sexo teria existido até o século XVI.
No seu livro, Donna Cross tenta provar que a existência da papisa Joana foi admitida pela Igreja durante oito séculos.Só no século XVII, a Santa Sé teria apagado dos compêndios todas as referências próprias sobre a papisa. Na época do auge do protestantismo, uma mulher como Papa na sua história oficial era visto pela Igreja Católica como um possível alvo de ataques dos protestantes.
Donna Cross documenta em notas que acompanham o livro que a Igreja Católica tirou de circulação centenas de livros e manuscritos para apagar qualquer marca da papisa. Mas restaram algumas fontes. Em 'Livro Papal', que contém a cronologia de todos os Papas, desde o século V, e que ainda estaria na biblioteca do Vaticano, há uma referência ao pontificado da papisa Joana.
Gabriele Mendelssohn, diretora do Museu Histórico de Ingelheim, diz que na cidade não há nenhuma pista que indique que um dia viveu ali uma mulher que se vestiu de padre para conquistar o Vaticano.
Elisabeth Gössmann diz que a história da papisa, verdade ou lenda, é importante para mostrar a situação adversa às mulheres que ainda existe na Igreja Católica. Ela foi uma das primeiras na Alemanha a adquirir o título de doutora em teologia. Segundo ela, até há pouco tempo a Igreja não permitia que textos de mulheres teólogas fossem usados em citações. Mas ela admite que a situação melhorou com o seu ex-colega, o Papa Bento XVI.
- Eu me lembro que antigamente, quando nos preparávamos para o doutorado em teologia, ele não tinha nada contra mulheres teólogas - conclui."
[O GLOBO, sábado, 31 de outubro de 2009, Sessão CIÊNCIA, página 35].
DOMINUS VOBISCUM !!!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Irmã de Fidel era a 'agente Donna" da CIA

Bem, meus amigos, estamos retornando ao trabalho com o blog "O Mundo é História", usando como base a reportagem do jornal "O Globo" sobre a irmã dos irmãos Castro, Juanita, que era agente da CIA durante a década de 1960, espionando os irmãos, líderes da Revolução Cubana. Veja a reportagem:
"Por anos, a CIA esteve infiltrada na família Castro. Esta semana, uma das irmãs de Fidel e Raúl, Juanita, fez uma revelação que ela mesma definiu como seu 'segredo mais bem guardado': atuou a serviço da agência americana contra o governo de seus irmãos em Cuba antes de ir para o exílio, em 1964, no México e em Miami. No domingo, Juanita disse numa entrevista que foi chamada a colaborar para a CIA por Virgínia Leitão da Cunha, mulher do então embaixador brasileiro em Havana, Vasco Leitão da Cunha. E no livro 'Fidel e Raúl, meus irmãos - A história secreta', lançado ontem nos EUA e em alguns países hispânicos, conta detalhes de sua vida dupla como 'agente Donna'.
O segredo da relação de Juanita com o arqui-inimigo do irmão Fidel teria sido guardado por seis pessoas por 48 anos. De 1961 a 1964, ela conta que abrigou dissidentes em sua casa por ter se desencantado com a Revolução - que ela ajudara arrecadando fundos - devido à violência de prisões, fuzilamentos e confiscos de propriedades privadas. Quando se aliou à CIA, Juanita estava construindo clínicas e hospitais. A última vez em que falou com Fidel foi em 1963, no enterro da mãe, que a apoiava, e, com Raúl, em 1964.
Na entrevista ao canal hispânico da rede Univisión, em Miami - onde se radicou e, até dois anos atrás, mantinha uma farmácia - Juanita falou à jornalista María Antonieta Collins, coautora do livro:
- Comecei a me desencantar quando vi tanta injustiça. Tínhamos a tendência de culpar os subalternos, mas as ordens vinham de cima, de Fidel, de Che e de Raúl - disse Juanita, hoje aos 76 anos, segundo o jornal 'El País'.
Ela narra ainda como foi chamada para trabalhar para a CIA por Virgínia Leitão da Cunha, mulher do então embaixador do Brasil em Havana, e, mais tarde, chanceler brasileiro, Vasco Leitão da Cunha. E conta que o primeiro contato com a CIA se deu semanas após a frustrada tentativa de invasão da Baía dos Porcos, pelos EUA. Juanita diz que ela e Virgínia viajaram ao México em junho de 1961, separadamente, para se reunir com Tony Sforza, um especialista sobre Cuba na agência, no Hotel Camino Real. Como pretexto para a viagem, Juanita alegou que visitaria a irmã Emma.
Segundo Juanita, Sforza, de codinome Enrique, era peça-chave no Projeto Cuba, a maior operação da CIA contra a ilha. Ele atuava infiltrado em Cuba como jogador em cassinos. No encontro, ela teria dito que só aceitaria ser espiã se lhe garantissem que não participaria de atividades violentas contra o irmão. 'Senti remorso por trair Fidel ao concordar em encontrar os seus inimigos? Não, por uma simples razão: eu não o traí. Ele me traiu', diz no livro, 'Traiu milhares de nós que sofremos e lutamos por uma Revolução que ele ofereceu, generosa e justa, e que traria paz e democracia a Cuba'.
A primeira missão da 'agente Donna', seu codinome, teria ocorrido dias depois, quando ela regressou a Cuba trazendo latas de conserva cheias de mensagens e dinheiro para os homens da CIA na ilha. Depois, comunicava-se com a Agência por rádio: uma valsa e a abertura da ópera 'Madame Butterfly' eram os sinais usados pela CIA para mostrar que havia novas instruções para Juanita.
Juanita deixou Cuba em 1964, após Raúl Castro lhe ter dito que havia uma investigação contra ela - sem dar indícios, porém, de que o governo desconfiasse de suas ligações com a CIA. Raúl a ajudou a preparar a viagem de exílio para o México, onde Juanita escreveu um comunicado rompendo oficilamente com a Revolução.
No livro 'Fidel e Raúl, meus irmãos - A história secreta', Juanita Castro conta como Vasco Leitão da Cunha e sua mulher, Virgínia, haviam oferecido asilo a muitos revolucionários durante a ditadura de Fulgencio Batista, derrubado por Fidel em 1959. Segundo Juanita, ela mesma foi acolhida pelo casal, que inicialmente simpatizara com o governo de Fidel, mas teria - assim como Juanita - se decepcionado com o passar do tempo. Vasco foi embaixador na representação diplomática brasileira em Havana entre 1956 e 1961.
Filha do casal, Isabel Gurgel Valente confirmou ao GLOBO que a casa da família em Havana costumava abrigar revolucionários no período, mas disse não ter conhecimento da possível participação da mãe no recrutamento de agentes para a CIA após Fidel tomar o poder. Isabel também preferiu não comentar a suposta decepção do casal com a Revolução.
- Na Revolução, tínhamos muitos asilados em casa, incluindo Juanita, que passou um tempo. Mamãe ajudou muito, torcia pela Revolução, ajudou na medida do possível e no que uma embaixatriz brasileira poderia fazer - disse Isabel ao GLOBO.
Na entrevista que Juanita concedeu na noite de domingo à TV Univision para divulgar o livro e revelar seu segredo - que anunciara previamente como sendo 'estremecedor' e uma 'confissão impactante' - a irmã de Fidel revelou como foi convidada para ser agente da CIA, fornecendo informações sobre o governo cubano aos EUA.
- Disseram-me que traziam um convite da CIA, (...) que tinham coisas interessantes para me contar e pedir. Perguntaram se estava disposta a correr esse risco. Fiquei meio chocada, mas disse que sim - afirmou Juanita à TV.
Em 1961, Vasco Leitão da Cunha retornou ao Itamaraty e, em novembro daquele ano, quando o Brasil retomou suas relações diplomáticas com a União Soviética, foi nomeado embaixador em Moscou - e para lá foi enviado no começo de 1962. Em janeiro de 1964 foi chamado a voltar ao Brasil e, em abril, assumiu o cargo de Ministro das Relações Exteriores. Acumulou também a pasta da Saúde. Leitão da Cunha permaneceu no governo até janeiro de 1966. Durante a sua gestão, o Brasil rompeu relações com Cuba, em 1964, e a política externa independente iniciada nas gestões anteriores começou a ser desmantelada".
[Jornal O Globo, 27 de outubro de 2009, 3ª feira, Sessão O MUNDO, página 25].


DOMINUS VOBISCUM !!!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Caso de Honduras


Bem, meus amigos, no dia de hoje o continente americano foi surpreendido pelo retorno do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, ao território do país, só que dentro da Embaixada do Brasil, na capital Tegucigalpa.
Impedido de retornar ao país, ameaçado de ser preso pela justiça do país, deu uma cartada de mestre, ao se asilar na Embaixada brasileira, território onde o governo local não tem nenhuma soberania, pois é considerado pertencente ao Brasil.
O Site G1 fez uma reportagem muito interessante que vale a pena vocês assistirem:

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Especial III - 8º Aniversário dos Atentados de 11 de setembro de 2001

Bem, meus amigos, hoje é considerada, ao meu ver, a data símbolo da História, onde a Humanidade percebeu que era agente histórico e, não, um simples expectador. Em nenhum outro momento da História, o homem acompanhou de perto um evento histórico de tamanha magnitude.
O 11 de setembro, que já era uma data importante para alguns povos, como o Chile, por exemplo, acabou se tornando uma data singular para o planeta inteiro, positiva ou negativamente. Os atentados terroristas contra o World Trade Center e o Pentágono foram momentos de mudança, onde os Estados Unidos foram atingidos dentro de seu território, algo que não ocorria desde Pearl Harbor, em 1942.
Poderíamos ficar aqui falando sobre vários elementos que envolvem essa temática, inclusive com rumores de conspiração contra o próprio governo de George W. Bush (2001-2009), e os motivos para que Osama Bin Laden comandasse esse ataque.
Mas, o certo é que, milhares de vidas foram perdidas com o ataque, seja diretamente com os aviões atingindo as Torres Gêmeas, ou quando elas desabaram, seja com os eventos ocasionados a partir dessa data, como a Guerra do Afeganistão ou a Guerra do Iraque.
Infelizmente, o 11 de setembro de 2001 foi mais uma data onde as disputas mesquinhas prevaleceram ao diálogo, a uma relação amistosa entre os povos, algo que vemos a um século com mais intensidade, desde a eclosão da Primeira Guerra Mundial e a elaboração de armas mais potentes de destruição em massa, como a própria bomba atômica.


Paz e Bem para todos.

Dominus Vobiscum !!!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

EUA dominam 68% do mercado de armas

Amigos, achei muito interessante esta notícia do "New York Times" sobre venda de armas no planeta, do jornalista americano Thom Shanker. Veja a íntegra da notícia, que foi publicada hoje no jornal brasileiro "O Globo":
"Apesar da recessão que deu um golpe no mercado bélico global ano passado, os Estados Unidos expandiram seu papel como líder no fornecimento de armamentos, aumentando sua fatia no mercado em mais de dois terços de todos os negócios internacionais, conforme novo estudo do Congresso. O país assinou acordos no valor de US$ 37,8 bilhões em 2008, ou 68,4% de todos os negócios do mercado global de armas, um aumento bastante significante em relação às vendas do ano anterior, que somaram US$ 25,4 bilhões.
A Itália ficou num distante segundo lugar, com US$ 3,7 bilhões em 2008, enquanto a Rússia se posicionou em terceiro, fechando o ano com US$ 3,5 bilhões - uma queda considerável em comparação a 2007, quando Moscou fechou acordos no valor de US$ 10,8 bilhões.
O crescimento na venda de armamentos pelos Estados Unidos ano passado foi particularmente notável em oposição à tendência mundial. Em 2008, o valor total de venda de armas em todo o mundo foi de US$ 55,2 bilhões, o que representa uma queda de 7,6% em relação a 2007.
Essa ampliação dos negócios americanos 'foi atribuída não somente às novas grandes encomendas de clientes no Oriente Médio e na Ásia, mas também à manutenção de equipamentos e aos contratos de serviços de apoio com um número amplo de clientes dos Estados Unidos globalmente', de acordo com o estudo, intitulado 'Transferência de armamento convencional para países em desenvolvimento'.
O relatório anual foi produzido pelo Serviço de Pesquisa do Congresso e foi considerado a mais detalhada coleta de dados de vendas globais de armas não classificadas disponíveis para o público.
O declínio no mercado de armamentos em 2008 pode ser explicado pela relutância de muitas nações em fazer novas encomendas de armas 'diante da severa recessão internacional', escreveu Richard F. Grimmett, especialista em segurança internacional e principal autor do estudo.
O relatório de Grimmett considera o aumento nas vendas pelos Estados Unidos 'extraordinário' em tempos de crise. Nesse mercado altamente competitivo, países buscam lucro e influência política por meio das vendas de armamentos, em particular para as nações em desenvolvimento.
A venda de armas para países em desenvolvimento alcançou um volume de US$ 42,2 bilhões em 2008, apenas uma expansão simbólica em comparação aos US$ 41,1 bilhões de 2007.
Os Estados Unidos são o líder não apenas na venda de armas globalmente, mas também especificamente para nações em desenvolvimento, assinando US$ 29,6 bilhões em acordos com estes países, ou 70,1% dos negócios feitos com esse grupo. O estudo mostra que os contratos fechados pelos Estados Unidos no passado incluem US$ 6,5 bilhões em defesa aérea para os Emirados Árabes, US$ 2,1 bilhões em jatos militares para o Marrocos e US$ 2 bilhões em helicópteros para Taiwan. Entre os principais clientes estão Índia, Iraque, Arábia Saudita, Egito, Coreia do Sul e Brasil.
A Rússia ficou em segundo lugar nessa categoria em 2008, com US$ 3,3 bilhões em vendas para países em desenvolvimento, cerca de 7,8% desses acordos. O relatório aponta que apesar de Moscou continuar a ter China e Índia como seus principais clientes, o novo foco russo é a América Latina, especialmente a Venezuela. A França ficou em terceiro, com US$ 2,5 bilhões, ou 5,9% desse mercado.
O principal comprador de armas em 2008 entre as nações em desenvolvimento foram os Emirados Árabes (US$ 9,7 bilhões), seguido da Arábia Saudita (US$ 8,7 bilhões) e do Marrocos (US$ 5,4 bilhões)."
[Jornal "O Globo", 07 de setembro de 2009, sessão O MUNDO, página 22].

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Especial II - 70 anos do início da Segunda Guerra

Bem, meus amigos, nesta semana o mundo relembra o início da Segunda Guerra Mundial, realizada entre 1939 e 1945, a partir do momento que a Alemanha nazista invadiu à Polônia. Também chamada de "A Guerra de Hitler", o conflito foi causado pelo cenário encontrado no período entre guerras, uma vez que a Alemanha tinha sido muito fragilizada com a derrota na Primeira Guerra e com a crise mundial de 1929.
Adolf Hitler assumiu o poder alemão, em 1933, como chanceler [primeiro-ministro alemão] e, no ano seguinte, com a morte do presidente Von Hidenburg, controlou todo o país como o Führer [Grande Líder]. No poder, segundo os estudiosos, ele preparou a Alemanha para um novo conflito, descumprindo os artigos do Tratado de Versalhes.
Além disso, com a chamada Doutrina do Espaço Vital, o Führer começou a se expandir pelos territórios vizinhos: anexou a Áustria [no que ficou conhecido como Anchluss], invadiu a região dos Sudetos, de população alemã no território da Tchecoslováquia; mas, faltava ainda anexar a Prússia Oriental, que estava separada da Alemanha, com o surgimento da Polônia, no fim da Primeira Guerra.
Para concretizar isso e invadir a Polônia, o líder nazista sabia que teria um enorme obstáculo: a União Soviética. Hitler sabia que se tentasse invadir o território polonês, Josef Stálin poderia interpretar como uma ameaça e declarar guerra aos alemães. Embora isso fosse ocorrer em algum momento, ele não estava disposto a antecipar esse enfrentamento. Assim, deixou o mundo estarrecido quando assinou um tratado de não-agressão com Moscou, o Tratado Nazi-soviético.
Com esse acordo, os dois países dividiram a Polônia entre eles, além da Rússia ainda ter a possibilidade de invadir a Finlândia, além dos países Bálticos. No entanto, quando Berlim resolveu atacar os poloneses, Inglaterra e França entenderam a real gravidade da situação e declararam guerra à Alemanha. Assim, começou a Segunda Guerra Mundial.
Agora, por que ingleses e franceses, vencedores da Primeira Grande Guerra, detentores do Tratado de Versalhes, permitiram que os nazistas fizessem tudo isso? Na realidade, a intenção deles era de frear qualquer tentativa soviética de expandir a revolução socialista para a Europa Ocidental capitalista. E viram em Hitler, e nas suas ambições, o instrumento necessário para criar um obstáculo contra os bolcheviques. Só que a interpretação deles estava totalmente equivocada. E o pior conflito da História da humanidade começara, prolongando por seis anos. Mas, isso é outra história...


Paz e Bem para todos.

DOMINUS VOBISCUM !!!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Senador Kennedy morreu aos 77 anos

Bem, amigos, nesta quarta feira, dia 26 de agosto, morreu o líder político do clã dos Kennedy, o senador democrata, pelo estado de Massachusetts, Estados Unidos, Edward Fitzgerald Kennedy, aos 77 anos de idade, vítima de um câncer cerebral.
Ted Kennedy, como era conhecido, era o último irmão vivo de uma das famílias mais tradicionais na política estadunidense, tendo os seus irmãos, John e Robert, sido assassinados na década de 1960. John, eleito presidente norte-americano em 1960, foi assassinado três anos depois, no Texas, e Robert, senador como Ted e pré-candidato a presidência do país em 1968, foi assassinado neste mesmo ano.
Segundo o presidente Barack Obama, Ted era um sábio conselheiro no Senado, onde sempre encontrava tempo para ajudar um colega mais novo, recém-chegado, e que foi fundamental na sua disputa presidencial vitoriosa. Para Obama, ele era o maior senador da História americana recente, além de ter sido o que mais tempo ficou no Parlamento, desde 1962. O senador Kennedy, de acordo com o site G1, ganhou fama como um congressista agressivo, sendo um lutador por causas como migração, direito ao voto, reforma da saúde e controle de alimentos.
A família Kennedy sempre teve um "glamour" em torno de seus membros, considerada por muitos como uma espécie de família real norte-americana. O mais interessante que o glamour e sua importância político-histórica, andam de "mãos dadas" com os escandalos que rodeiam o clã. O patrirca Joseph Kennedy, um descendente de irlandeses, enriqueceu com a venda de bebidas, durante a Lei Seca, entre as décadas de 1920 e 1930. Os irmãos John e Robert foram amantes de Marilyn Monroe. Havia suspeita de JFK ainda ter algum tipo de envolvimento com a máfia, através da amizade com Frank Sinatra. O próprio Ted acabou sofrendo um grave acidente de carro, no início da década de 1970, onde uma jovem [pela versão, uma secretária dele] acabou falecendo.
Enfim, mesmo com todas as controvérsias, aqui registramos a nossa homenagem ao último de uma geração que fez História. Segue o comentário da jornalista Lucia Hippolito na rádio CBN:

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Novo barraco no Senado

É, meus amigos, mais uma vez o barraco ocorreu no nosso grandioso Senado. Está até difícil escrever de outra coisa aqui, a não ser do Senado. Em nenhum momento da História brasileira, o Senado foi alvo de tantos escândalos envolvendo o seu glorioso nome, ao ponto de muitos discutirem a validade de sua permanência.
O Senado que seria a câmara alta do nosso Parlamento, ou seja, do nosso Poder Executivo, algo semelhante à Câmara dos Lordes na Inglaterra, foi criado ainda no período imperial, a partir da constituição de 1824, no governo de d. Pedro I, e tem como função maior ser um espaço onde os temas de importância nacional e, atualmente, que envolvem a República, deveriam ser debatidos por nossos ilustres senadores, com uma grande diferença em relação à câmara baixa, a Câmara dos Deputados: todos os estados da Federação são representados de forma igualitária com a mesma quantidade de congressistas, três por estado, totalizando 81 senadores.
Durante sua história, o Senado sempre foi a câmara de maior prestígio, até pelo fato de abrigar os mais ilustres políticos de nossa História, como Nelson Carneiro, Getúlio Vargas, Luís Carlos Prestes e tantos outros. Em vários outros momentos, onde escândalos assolavam o nosso Congresso Nacional, o Senado sempre esteve preservado, e a "bomba" atingia à Câmara dos Deputado. O caso mais recente foi o Mensalão.
Mas, nos últimos dez anos, sua situação só piorou, com escândalos em cima de escândalos. Com os escândalos dos Atos Secretos, e toda a problemática que envolveu a Casa desde a eleição de José Sarney, não houve uma semana que a paz tivesse reinado, nem no recesso parlamentar.
O último barraco aconteceu hoje evolvendo o tranquilo senador paulista, Eduardo Suplicy, que defendera a saída de Sarney da presidência. Veja o video, exibido pelo site da UOL:

Especial I - 55 anos do suicídio de Getúlio Vargas


Bem, meus amigos, estamos lembrando nesse 24 de agosto, cinquenta e cinco anos do suicídio do presidente Getúlio Vargas, considerado por muitos como o melhor e maior presidente que o nosso país já teve. Chamado de "pai dos pobres", Vargas foi o governante que mais tempo ficou no poder, durante o período republicano, em dois momentos: entre 1930 e 1945, após o golpe realizado por ele mesmo, contra o presidente Washington Luís, em outubro de 30; e entre 1951 e 1954, quando assumiu a presidência, após ser eleito pelo povo.
Agora, o que representou a "Era Vargas", período que se prolonga, de alguma forma, até os dias de hoje? Odiando ou amando Getúlio, é inegável reconhecer a sua importância para o país, pois grandes realizações foram feitas por ele: a legislação trabalhista tomou corpo durante o seu governo, em especial após a Constituição de 1934; construiu a estrutura inicial da industrialização brasileira, criando indústrias nacionais e estatais, como a Petrobras, Vale do Rio Doce, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (o BNDE, que depois virou BNDES, ao acrescentarem Social na sigla).
Diferente de Juscelino, também considerado por muitos como o maior estadista republicano de nossa História, Vargas promoveu um desenvolvimento voltado para o nacional, algo que desagradou e muito parte de nossa elite, representada pela UDN [origem partidária do atual DEM]. Esta insatisfação elitista, somada a outros fatores, como algumas medidas tomadas pelo seu ministro do Trabalho, João Goulart [que depois também viraria presidente do país, num período mais conturbado ainda], levou a uma crise que restaria pra ele a renúncia, caso não quisesse perder o poder num golpe militar.
Mas, Getúlio Vargas, demonstrou ser muito mais astuto do que seus adversários. Na manhã de 24 de agosto de 1954, ele atira contra o próprio peito, atingindo o coração, e se tornando o mártir republicano, quase um santo popular. Atingiu o peito esquerdo, mas também os seus adversários, encabeçados por Carlos Lacerda, jornalista e dono do "Tribuna da Imprensa".
Getúlio, como ele próprio diz, "sai da vida para entrar para a História". Realmente, conseguiu calar temporariamente seus adversários e se perpetuar como o grande patrono dos trabalhadores, muito maior que o próprio Lula.

Veja em seguida a Carta Testamento de Getúlio Vargas:

"Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim.
Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao Governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.
Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores de trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançaram até 500% ao ano. Na declaração de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história

24 de agosto de 1954

Getúlio Vargas"


Fonte: Redeglobo.globo.com
Paz e Bem para todos.
Dominus Vobiscum !!!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Marina Silva deixa o PT

É amigos, o PT perde mais um de seus quadros importantes, históricos, que estão se afastando do partido por causa de discordância com o caminho que o mesmo está tomando no cenário político brasileiro. Dessa vez, foi a senadora acreana Marina Silva, que mesmo estando no partido desde sua fundação, de ter sido ministra do Meio Ambiente no governo Lula e ser senadora por vários anos, além de ser uma fantástica expoente na questão ecológica do país, preferiu se desligar da sigla petista.
Na realidade, infelizmente, vemos que o PT vem aos poucos tendo bons quadros tomando a mesma atitude. Desde que o partido deixou de ser oposição e passou a ser situação, tendo que fazer concessões ao fisiologismo coronelista presente na grande parte dos partidos da base do governo, se envolvendo no escândalo do Mensalão, apoiando descaradamente, através de seu líder supremo, a corja dominante do Senado Federal, o PT aos poucos perde o seu rumo como um partido da ética, símbolo de mudança e o possível responsável por transformar o nosso país numa referência mundial de igualdade entre ricos e pobres.
Muitos que estavam no partido desde a sua fundação, a partir dos eventos abomináveis que ocorreram no primeiro governo Lula, começaram a se afastar dele e se filiar a outros partidos, como ocorreu com o senador do DF, Cristóvam Buarque, e do também senador, o paranaense Flávio Arns, que pedirá ao Judiciário à sua desfiliação, além daqueles que preferiram criar um outro partido, o PSOL, como são os casos de Heloísa Helena, atual vereadora em Maceió (AL) e o deputado federal Chico Alencar (RJ).
Marina Silva poderá ser uma grande ameaça aos planos petistas de eleger o sucessor de Lula, a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, uma vez que um dos pilares da campanha lulista é justamente por Dilma ser mulher, algo que a Marina também é, obviamente. Já existem grandes expectativas para que isso ocorra, pelo Partido Verde (PV), provável sigla que a senadora se filiará.
Veremos os próximos lances para ver se realmente ameaçarão os planos do presidente Lula.
Paz e Bem para todos.
Dominus Vobiscum!!!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Poder de Fogo

Amigos, mudarei o enfoque de minhas postagens, saindo dessas questões relacionadas ao Senado, à Unasul e ao mundo atual, para tratar de um assunto histórico, mas distante de nossa realidade. Li no jornal "O Globo", desta sexta feira, 14 de agosto de 2009, uma reportagem fantástica sobre novas descobertas do homem pré-histórico e a produção das primeiras lâminas de pedra, datadas agora em 160 mil anos atrás. Vale à pena ler esta reportagem:

"O homem aprendeu a usar o fogo para fabricar armas afiadas muito antes do que se imaginava. Vestígios descobertos na África do Sul mostram que há mais de 70 mil anos o ser humano já manipulava as chamas como aliadas, para obter lâminas afiadas com as quais poderia caçar, guerrear e até mesmo fazer enfeites com mais eficiência. Na verdade, lâminas pré-históricas sugerem que a prática de usar fogo para obter lâminas pode ter começado há cerca de 164 mil anos.

Se o estudo sobre a África do Sul estiver de fato correto, significará que o Homo sapiens moderno aprendeu a fazer armas com o uso do fogo logo depois de ter surgido como espécie.

Para o bem ou para o mal, o domínio do fogo para produzir lâminas afiadas alavancou mudanças culturais profundas e é resultado de um tipo de tecnologia que não se supunha ter surgido tão cedo, disseram os cientistas na edição desta semana da revista americana "Science".

A descoberta mostra que o domínio amplo sobre essa tecnologia surgiu pelo menos 45 mil anos antes do esperado, há 70 mil anos. Os arqueólogos, das Universidade do Arizona (EUA) e da Cidade do Cabo (África do Sul), chegaram a essa conclusão após recriar antigas ferramentas escavadas em Pinnacle Point, em Still Bay, na África do Sul.

A reconstituição de instrumentos de pedra afiados mostrou que eles haviam sido deliberadamente expostos por longas horas ao fogo, e que o tipo de resultado obtido não poderia ser fruto acidental de incêndios naturais.

O estudo tem implicações sobre o conhecimento da evolução do próprio coportamento do ser humano, pois envolve um uso mais complexo de instrumentos (amoladores, facas e etc.), como também a linguagem e a arte. Arqueólogos supõem que foram tais adaptações de comportamento que permitiram ao ser humano deixar a África e começar a conquista do restante do mundo."

http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2009/08/14/homem-aprendeu-fazer-laminas-ha-164-mil-anos-757403630.asp

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Preocupação Sul-americana

Amigos, voltamos a postar no nosso blog, refletindo sobre a questão da colocação de bases militares estadunidenses dentro do território colombiano. Os Estados Unidos, com a permissão do governo da Colômbia implantarão bases para auxiliar o governo Álvaro Uribe no combate às drogas. Pelo menos é a versão oficial para que isso ocorra, confirmada pelo conselheiro de segurança nacional do governo Barack Obama, o general James Jones.
Aparentemente, é algo justificável, uma vez que, se o principal mercado consumidor de drogas, em todo o planeta, são os Estados Unidos, nada mais interessante para eles do que auxiliar o combate à produção dessa mercadoria na fonte, ou seja, dentro da América do Sul e, em especial, a Colômbia. Se você reduz a fonte do produto, reduz a oferta do mesmo, eleva o seu preço e, pela lógica da "Lei da Oferta e da Procura", haveria uma queda no consumo.
Entretanto, os líderes dos países sul-americanos, obviamente encabeçados pelo tranquilo Hugo Chávez, não interpretam dessa forma, achando que existem outros interesses nessa implementação, principalmente, se observarmos o passado das relações dos Estados Unidos com a América do Sul [não podemos esquecer o apoio direto do governo estadunidense aos golpes militares nessa região, como no caso do Brasil, em 1964, e no Chile, em 1973].
Ontem, dia 10 de agosto de 2009, ocorreu mais uma reunião da Cúpula da Unasul, organismo composto pelos nações sul-americanas, na cidade de Quito, Equador. Seria uma reunião de mudança na presidência temporária do bloco, onde a presidente chilena Michelle Bachelet passaria o cargo para o presidente equatoriano, Rafael Correa, que estava também assumindo o seu segundo mandato como presidente do país, nesse mesmo dia. Ou seja, a reunião tinha apenas o caratér simbólico de transmissão do cargo e ponto final.
Porém, os presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia), juntamente com o próprio Correa, usaram o momento para polemizar nessa questão das bases militares, assumindo um tom beligerante. Para Chávez, "Ventos de guerra começam a soprar sobre a região. Isso pode se transformar numa nova tragédia". Morales afirmou que "é preciso salvar o próprio povo colombiano do avanço militar americano". E Correa complementou dizendo ser hipócrita afirmar que essa questão é apenas algo ligado à soberania de cada país. "Então, quando é programa nuclear, tem de ser de soberania também. Quando o problema é contra os EUA, é uma ameaça planetária. Quando é contra a Venezuela e o Equador, é questão de soberania?"
Mesmo com discursos para amenizar a problemática, tanto pelo próprio Lula, que recebera o general James Jones na semana passada, quanto pela presidente argentina Cristina Kirchner, o centro das atenções dessa reunião da Unasul, foi o tom mais forte dos demais presidentes. Tanto é que Lula propôs convocar Obama para discutir com o bloco essas questões, onde não podemos esquecer de dois fatos, além das bases: Os Estados Unidos reativaram a Quarta Frota, em águas do Atlântico Sul, desativada há décadas; e a proposta feita semana passada, por Jones, de dar tecnologia bélica para o Brasil, em troca da permissão de se explorar o pré-sal.
Será mesmo que o interesse dos EUA é somente o combate às drogas? Ou há o interesse nas riquezas minerais e naturais da região, como o caso do pré-sal brasileiro, ou até mesmo as riquezas da Floresta Amazônica [ops, as bases ficarão situadas nessa região].
A reunião da Unasul terminou sem decidir nada, pois houve um racha entre as nações. Umas, lideradas pela Venezuela, buscavam um tom mais radical, e outras, como o Peru, apoiando as decisões da Colômbia, não vendo nenhuma preocupação nesse sentido.
Amigos, temos que continuar observando esse problema, pois o imperialismo sempre começou com um discurso de ajudar, levar o progresso, fazer o bem para a região onde se instala. Mesmo Barack Obama sendo o símbolo da esperança, não podemos eliminar o contexto de interesses do seu país, e que ele representa esses interesses. Ficamos de olhos abertos.

Paz e Bem para todos.

DOMINUS VOBISCUM !!!

domingo, 9 de agosto de 2009

Reflexão Rápida

Amigos, tenho tanta coisa pra escrever e analisar, junto com o apoio de vocês. Mas, farei uma reflexão rápida sobre algo que postei no dia 28 de julho de 2009, relacionado ao convênio das duas maiores prefeituras do país, Rio de Janeiro e São Paulo, com a Fundação Cacique Cobra Coral. Nesta postagem, tendo como fonte a Revista Veja daquela semana, afirmava que os prefeitos faziam consultas a esta fundação, para que o clima não trouxesse nenhuma catástrofe para essas regiões.
Bem, num dos trechos da reportagem, é dito que o prefeito gostaria de um veranico, neste período que estamos vivenciando, para que a gripe suína não fizesse tantas vítimas como se fosse num período de frio intenso. Pois bem, não é que aquilo colocado na reportagem realmente ocorreu? Realmente, estamos passando por um período de "veranico", onde não se tem feito tanto frio, quanto o esperado. Será que é influência do Cacique Cobra Coral? O Cacique não tem como dissipar a tempestade que passa pelo Senado Federal?
Veja esta reportagem indicada e comente a tua opinião.
Paz e Bem para todos.
DOMINUS VOBISCUM !!!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Escândalos no Senado Federal

Amigos, os últimos dias têm sido bem intensos no Senado Federal. Ontem, o presidente da Casa, o senador José Sarney, realizou um discurso de defesa de todas as acusações que vem enfrentando nos últimos meses. Num discurso de aproximadamente 50 minutos, Sarney disse que enfrenta uma "campanha sistemática" para desestabilizá-lo e afirmou desconhecer as nomeações por atos secretos.

O senador usou boa parte do tempo fazendo um histórico sobre sua vida política, completando quase 55 anos, desde a sua primeira eleição em 1955, como deputado federal pelo Maranhão, aos 25 ans de idade. Além dos atos secretos, Sarney tentou rebater as denúncias sobre o favorecimento ao neto, nas operações de crédito consignado, a contratação do namorado da neta e os contratos da Fundação José Sarney.

Embora tenha feito um discurso muito bonito e centrado, ele não conseguiu convencer, segundo os defensores de sua saída da presidência, para amenizar a crise que circunda o Senado Federal. O deputado maranhense Domingos Dutra (PT - MA), forte opositor da família Sarney no estado, de acordo com a Folha Online, disse: "Há muita gente que pergunta o que pode perguntar, por que o senador Sarney, que ontem gritou da tribuna do Senado que está com 55 anos de mandato, por que razões ele tem esse poder tão longo. Uns devem concluir apressadamente que é porque ele é um líder. Na verdade, o senador Sarney não é um líder. O senador Sarney é um cacique e mantém esse poder tão longo porque é dissimulado, porque não tem identidade política, porque é vingativo e, sobretudo, porque é um camaleão".

Aliás, a situação do senador ainda se complica, de acordo com a reportagem de hoje no jornal "A Folha de São Paulo", pois o presidente Sarney recebe dos cofres públicos cerca de R$ 52 mil mensais, mais do que o dobro permitido pela Constituição, que estabeleceu como teto salarial o subsídio de ministro do Supremo Tribunal Federal, hoje de R$ 24.500. Isto ocorre, segundo a reportagem, uma vez que, além do salário de senador (R$ 16.500), Sarney acumula duas aposentadorias no Maranhão que totalizavam o valor de R$ 35.560,98 em 2007, segundo documento obtido pela Folha. Veja trechos do discurso do senador:

http://noticias.uol.com.br/politica/2009/08/06/ult5773u1937.jhtm

Agora, o marco da semana foi o quiprocó ocorrido no dia de hoje, também no Senado. Por pouco o pau não comeu, hehehe. Eu me senti no Parlamento sul-coreano, onde os congressistas resolvem as coisas no braço. O incidente envolveu os senadores Renan Calheiros (PMDB - AL) [já está na hora de alguém se opor a ele, o cara se acha o dono do pedaço] e Tasso Jereissati (PSDB - CE) [não sou muito chegado ao PSDB, mas aplaudo a atitude do Jereissati]. Veja o ocorrido:

http://noticias.uol.com.br/politica/2009/08/06/ult5773u1937.jhtm

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Clinton consegue libertar jornalistas americanas

É meus amigos, a diplomacia americana conseguiu um feito histórico, através da visita do ex-presidente norte-americano Bill Clinton (1993-2001) à Coreia do Norte: libertar as jornalistas Laura Ling e Euna Lee. Depois do tenebroso período de George W. Bush (2001-2009), onde o diálogo foi substituído pelo uso da força, em especial, após os atentados terroristas ao país, no 11 de setembro de 2001, e alguns países foram taxados de "Eixo do Mal" [dentre eles, a própria Coreia do Norte], a nova postura do governo estadunidense de Barack Obama, realmente, é uma vitória para o mundo globalizado.
Mesmo que oficialmente a visita do presidente Clinton tenha sido "particular" e não realizada pelo governo Obama, sabemos que isso não é real, uma vez que, a ex-primeira dama, Hillary Clinton, é a atual secretária de Estado do país, algo parecido com o nosso ministro das Relações Exteriores, aqui no Brasil.
O que é fundamental destacar, é realmente a mudança de estilo, onde algo foi conseguido sem o uso de armas, apenas com o diálogo entre dois países. Talvez isso demonstre que o mundo está seguindo por um novo rumo, com a diminuição de atentados terroristas no planeta, embora alguns atos isolados ainda podem ocorrer na Europa e no Oriente Médio, como o que aconteceu na Espanha nos últimos dias ou os frequentes atos no Iraque e no Afeganistão.
Outro ponto a se destacar hoje, é a posse de Mahmoud Ahmadinejad no Irã, para um segundo mandato, mesmo com as controvérsias no pleito eleitoral ocorrido em junho. Uma nova posse não encerra as insatisfações internas, que levam milhares às ruas, em oposição a este novo período do governo linha-dura de Ahmadinejad. Vários países, além de criticarem a eleição, também não enviaram a tradicional carta de congratulação ao presidente, dentre eles Estados Unidos, França, Alemanha e Grã-Bretanha.
Ahmadinejad sempre teve uma postura controversa, negando a existência do Holocausto, como uma forma de atingir Israel, e o investimento num suposto programa nuclear para produção de energia elétrica,visto pela comunidade internacional como forma de se produzir armamento nuclear. Não podemos esquecer da relação amistosa entre Ahmadinejad e Hugo Chavez, como uma clara manifestação contra os Estados Unidos. Veremos como será esse segundo mandato e ver se ele realmente é uma ameaça ao planeta, ou apenas mais um que fala demais e age de menos.
Vale a pena assistir essa reportagem da BBC Brasil sobre a posse de Ahmadinejad:

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Não é só no Brasil que vemos essas coisas acontecerem...

Amigos, fiquei espantado em ver que no Reino Unido, reduto da moral e da ética política, local onde ocorreu a tomada do poder pelo Parlamento e a queda do absolutismo [Revoluções Inglesas, século XVII], também acontece o jeitinho político de ganhar algum por fora, através de verbas de moradia. Veja a reportagem da BBC sobre o assunto, noticiada ontem:
"Um lorde britânico, integrante da Câmara dos Lordes, está sendo acusado de receber mais de 70 mil libras (R$ 218 mil) de dinheiro público em auxílio-moradia por dizer que morava fora de Londres com sua mãe doente, segundo o jornal Sunday Times. No entanto, sua mãe já havia morrido e a casa onde ele declarava morar já havia sido vendida.
O lorde John Taylor, de Warwick, declarou à Câmara dos Lordes que morou entre 2001 e 2007 com sua mãe em uma casa nas Midlands, região central da Inglaterra.
Os lordes que trabalham no Parlamento, em Londres, e moram oficialmente fora da capital têm direito a receber 174 libras (cerca de R$ 540) por noite como auxílio-moradia, para despesas com hotéis ou aluguel.
No entanto, uma reportagem do jornal Sunday Times revelou que Taylor mora desde 1995 em Ealing, no oeste de Londres. A casa onde ele alegava morar com sua mãe doente nas Midlands foi vendida em 2001, ano em que ela morreu.
Em nota ao jornal, Taylor defendeu-se dizendo que passou parte do tempo trabalhando como advogado nas Midlands, e por isso declarou a sua casa na região como residência oficial. No entanto, os últimos registros de que Taylor praticou advocacia na região são de 1993, segundo o jornal.
Integrantes da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lordes, na Grã-Bretanha, estão sendo investigados por supostos abusos no uso de verbas públicas cometidos por parlamentares.
A onda de denúncias mergulhou a classe política do país em uma crise e motivou renúncias e reformas no gabinete do primeiro-ministro Gordon Brown, do Partido Trabalhista.
Taylor, um advogado de 56 anos, tornou-se lorde em 1996 por indicação do Partido Conservador. Ele ganhou alguma notoriedade na Grã-Bretanha em 1992, quando concorreu a uma vaga no Parlamento representando Cheltenham, um tradicional reduto dos conservadores, mas acabou perdendo a disputa. Na época, ele sofreu preconceito racial dos próprios conservadores na região.
"


Clinton se encontra com líder da Coreia do Norte em visita surpresa

"O ex-presidente americano Bill Clinton se encontrou nesta terça-feira com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Il, segundo informações de uma agência de notícias da Coreia do Sul. A notícia foi confirmada pelo governo norte-coreano, que não revelou detalhes sobre o encontro.
De acordo com a agência sul-coreana Yonhap, Clinton transmitiu a Kim Jong-il uma mensagem do presidente americano Barack Obama. Clinton está em Pyongyang em uma visita surpresa, que, segundo analistas, teria como principal objetivo obter a libertação de duas jornalistas americanas presas no país.
O governo americano não anunciou com antecedência a viagem de Clinton, mas um comunicado divulgado pelo Departamento de Estado
após a sua chegada ao país diz que trata-se uma "visita privada".
O ex-presidente é a personalidade americana de mais alto escalão a visitar a Coreia do Norte desde 2000, quando a então secretária de Estado americana, Madeleine Albright, esteve em Pyongyang.
Analistas afirmam que, além de tentar mediar a libertação de Laura Ling e Euna Lee, Clinton poderia ainda tentar avançar na negociação sobre as ambições nucleares norte-coreanas.
De acordo com a agência estatal norte-coreana, Clinton também foi recebido pelo vice-ministro de Relações Exteriores, Kim Kye Gwan, e por outras autoridades do país.
As jornalistas Euna Lee e Laura Ling foram presas em março, depois de supostamente terem cruzado a fronteira da Coreia do Norte com a China. Elas foram condenadas a 12 anos de trabalho forçado por "atos hostis" e por terem entrado ilegalmente no país.
Em julho, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que esperava que o governo norte-coreano libertasse as duas jornalistas. As duas estavam fazendo pesquisas para uma matéria sobre refugiados quando foram presas.
A relação entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos ficou mais tensa principalmente após os testes com mísseis realizados por Pyongyang. Ainda segundo analistas, Kim Jong-Il estaria disposto a melhorar as relações com os Estados Unidos, à medida que se prepara para nomear um sucessor. Kim teria sofrido um derrame há um ano, e sofre de diabetes e doenças cardíacas. Analistas afirmam que seu terceiro filho já estaria sendo preparado para assumir o poder no país.
"
Veja o vídeo da reportagem no link:

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Os últimos dias foram movimentados

Bem, meus amigos, os últimos dias foram bem movimentados no cenário político brasileiro e internacional. Vimos desde o presidente Lula saindo de "fininho" da defesa do senador José Sarney, até o bate-papo informal, movido a cerveja, do presidente estadunidense Barack Obama. Veremos e analisaremos os principais fatos desses dias...

1. O Comentário do presidente Lula
"O Senado não é problema meu. Não votei no Sarney para ser presidente do Senado nem votei para ele ser ser senador do Maranhão", disse o presidente Lula, que até então era o principal defensor da manutenção do presidente do Senado Federal, o senador José Sarney. Lula foi capaz, inclusive de impor uma mudança na postura da bancada de senadores do PT, liderada por Aloizio Mercadante, que havia pedido o afastamento de Sarney.
Agora, o que levou o presidente a mudar de opinião? Muitos acreditam que a queda na aprovação de Lula em até três pontos percentuais, diante da opinião pública, já demonstrada pelos institutos de pesquisa, pode ser o principal fator da mudança de Lula. Defender o presidente do Senado, estava sendo desgastante demais para a imagem dele. Outros dizem que a própria demonstração, por parte de Sarney, que deixaria à presidência, sendo o quarto a fazer isso nos últimos dez anos [os outros foram ACM, Jáder Barbalho e Renan Calheiros], também promoveu uma nova postura do nosso presidente.
Infelizmente, até pelo fato do Executivo ser refém deste partido nefasto, que é o PMDB, faz com que o chefe deste Poder acabe sendo o principal defensor do último coronel, líder máximo de uma oligarquia nordestina. Não podemos esquecer que, em 2002, Fernando Henrique Cardoso, perdeu parcialmente o apoio pemedebista após o escândalo do dinheiro descoberto em poder do marido da então pré-candidata do PFL [hoje Democratas], Roseana Sarney. Ops, filha de José Sarney, levando a este ex-presidente do país, alvo preferencial de Lula na campanha de 1989, a se tornar o principal elo de ligação do PMDB, na época vice na chapa PSDB à presidência, ao candidato petista.

2. Obama media polêmica racial

Foi noticiado em "O Globo", do dia 31 de julho de 2009: "O presidente Barack Obama elegeu a cerveja como o grande instrumento diplomático para solucionar sua primeira polêmica racial na presidência. Numa cena que, segundo o 'New York Times', não seria imaginável com nenhum outro presidente americano, Obama reuniu para uma cervejinha em volta de uma mesa nos jardins da Casa Branca dois brancos e dois negros numa conversa destinada a estabelecer uma nova forma de tratar questões raciais no país.

Além de Obama e de seu vice, Joe Biden, estavam lá o professor negro de Harvard Henry Louis Gates Jr. e o sargento branco da polícia de Cambridge James Crowley, os dois protagonistas do incidente.

A confusão começou quando o professor, renomado autor de livros sobre o movimento negro e condecorado no passado pelo então presidente Bill Clinton, chegou de noite em casa, após uma viagem à China, sem as chaves. Com a ajuda de um taxista hispânico, ele arrombou a porta da própria casa. Mas, uma vizinha estranhou a cena e ligou para a polícia. Pouco depois, ele foi interpelado pelo policial. As versões do professor e do policial sobre o diálogo que se seguiu divergem, mas o fato é que Gates, que diz ter sido alvo de racismo, foi preso por desacato a autoridade e o episódio mereceu comentário do presidente Obama no dia seguinte:'a polícia de Cambridge agiu estupidamente', disse, gerando grande repercussão".
(O Globo, 31 de julho de 2009, sessão O MUNDO, página 39).

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ser Republicano

Neste momento de tanta turbulência na República brasileira, onde escândalos se sucedem a cada dia, vale a pena ler o artigo escrito pelo brilhante historiador brasileiro, José Murilo de Carvalho, sobre a República e publicado no jornal "O Globo", no dia 06 de julho de 2009. Leia o artigo:
"Ser republicano é crer na igualdade civil de todos, sem distinção de qualquer natureza. É rejeitar hierarquias e privilégios. É não perguntar: 'Você sabe com quem está falando?' E é responder: 'Quem você pensa que é?'
É crer na lei como garantia da liberdade. É saber que o Estado não é uma extensão da família, um clube de amigos, um grupo de companheiros. É repudiar práticas patrimonialistas, clientelistas, familistas, paternalistas, nepotistas, corporativistas.
É acreditar que o Estado não tem dinheiro, que ele apenas administra o dinheiro pago pelo contribuinte. É saber que quem rouba dinheiro de todos. É considerar que a administração eficiente e transparente do dinheiro público é dever do Estado e direito seu.
É não praticar nem solicitar jeitinhos, empenhos, pistolões, favores e proteções.
Ser republicano, já dizia há 346 anos o jesuíta Simão de Vasconcelos, É NÃO SER BRASILEIRO."
(Jornal O Globo, Segunda feira 06 de julho de 2009, página 7).
"Nenhum homem nesta terra é repúblico, nem vela ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular." (Simão de Vasconcelos, 1663)

Mudanças no Senado?

A jornalista Lucia Hippolito, no seu comentário ao jornal da CBN, 2ª edição, no dia de hoje, comentou que existe uma alternativa para tentar encerrar a questão da crise do Senado Federal e retirar o senador José Sarney de sua presidência. Pelo que foi comentado, está sendo discutida nos bastidores do poder, em Brasília, a colocação do senador fluminense Francisco Dornelles, do PP, como o novo presidente do Congresso Nacional. Por sua história e por conseguir dialogar tanto com a situação quanto com a oposição, Dornelles seria a melhor alternativa neste momento turbulento do Legislativo brasileiro.
Mas, será que essa troca realmente provocará uma mudança no cenário político brasileiro? Ao meu ver, não. Primeiro pelo fato do partido deste senador ser tão fisiologista, clientelista, quanto o próprio PMDB, que vimos na reportagem da revista VEJA, é o maior símbolo desta prática danosa para o país. No entanto, se observarmos o PP, não muda nada, pois também se utiliza das mesmas práticas. Quer ver um nome importante neste partido: Paulo Maluf. Preciso dizer alguma coisa? Eu acredito que não.
Infelizmente, o cenário político brasileiro continuará pautado por estas práticas mesquinhas e retrógadas, não transformando em nada o cenário sócio-econômico do país. Porém, poderíamos questionar o seguinte: se no próprio PMDB temos nomes de caráter, como o senador gaúcho Pedro Simon, será que o PP não teria também nomes bons? O próprio senador Dornelles, sobrinho de Tancredo Neves, não poderia ser um deles?
Serei obrigado a jogar água fria na tua esperança, pois vemos que é tão fisiologista quanto o restante. Se a gente analisar a sua biografia, veremos que praticou a mesma coisa que os clientelistas do PMDB: foi secretário da Receita Federal, no governo militar do general João Figueiredo; ministro da Fazenda do governo de José Sarney [compreende agora?]; ministro da Indústria, Comércio e Turismo do governo neoliberal de FHC; deputado federal por vários mandatos, desde a década de 1980; e eleito senador da República, em 2006, num pleito que foi marcado por uma virada muito suspeita, em menos de uma semana, derrotando a candidata do PC do B, Jandira Feghali.
Bem, veremos os próximos lances da política nacional para observarmos se a minha análise está correta ou não.
Veja o seguinte site, com informações interessantes sobre o senador:
Paz e Bem para todos.
Dominus Vobiscum !!!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

REPORTAGEM DA VEJA SOBRE O PMDB

Nesta semana, a Veja publicou uma excelente reportagem sobre o PMDB, demonstrando como ele passou do símbolo da resistência democrática no período da ditadura militar, até chegar a ser hoje o símbolo maior do fisiologismo, onde ao mesmo tempo é importante para a governabilidade nacional e acaba sendo um grande instrumento de corrupção e clientelismo, algo que já comentamos ao falar do caso José Sarney.
Em relação ao fisiologismo, algo enraizado na prática política do PMDB, a reportagem cita a definição da Wikipédia, que vale a pena ser reproduzida aqui: "Fisiologismo é um tipo de relação de poder político em que as ações políticas e decisões são tomadas em troca de favores, favorecimentos e outros benefícios a interesses individuais. É um fenômeno que ocorre frequentemente em parlamentos, mas também no Poder Executivo, estreitamente associado à corrupção política. Os partidos políticos podem ser considerados fisiologistas quando apoiam qualquer governo independentemente da coerência entre as ideologias ou planos programáticos".
Infelizmente, percebemos que a prática fisiologista de troca de favores, de um "toma lá, dá cá", não é exclusivo do PMDB. Várias outras agremiações partidárias realizam de forma inescrupulosa esta prática, desde os grandes partidos, até os chamados nanicos partidos. No entanto, por sua dimensão nacional, o PMDB encarna o paroxismo do fisiologismo. Ele se utiliza do seu tamanho e presença em todos os estados da Federação para pressionar o governo e conseguir cargos públicos, independente de qual ideologia ou concepção partidária esteja no poder. Como diz a reportagem, "Está no governo Lula assim como esteve em todos os governos nos últimos 24 anos". E, sem saber quem será o vencedor no pleito de 2010, o partido já se prepara para participar do futuro governo a ser eleito, seja do PT ou do PSDB.
Pela reportagem, cinco características levam a concluir que é impossível chegar ao Planalto e governar, sem a participação do PMDB. Veja o que diz a reportagem do jornalista Otávio Cabral:

"1) MALEABILIDADE – Herança dos tempos heroicos, quando se chamava MDB e serviu de Arca de Noé para todo o espectro de opositores da ditadura militar, o PMDB é um partido sem identidade ideológica, sem espinha dorsal programática, o que facilita as conversas na linha 'hay gobierno, estoy dentro'.
O partido serviu como abrigo e até esconderijo para todas as correntes políticas que faziam oposição aos militares. A convivência entre figuras tão distintas se consolidou com o tempo e fez do partido uma espécie de sigla ecumênica. 'Nós nascemos com o único objetivo de retomar a democracia. Nunca tivemos unidade ideológica, programa econômico ou plano de desenvolvimento. Vencemos a ditadura e ficamos sem bandeira', admite Wellington Moreira Franco, ex-governador do Rio de Janeiro e atual vice-presidente da Caixa. O PMDB talvez seja o único partido do mundo que admite a dissidência em seu estatuto. O fato de ser uma agremiação sem ideologia, sem programa e sem projeto facilitou ao PMDB estar presente em todos os governos nos últimos 24 anos, sem nenhum conflito.

2) ACEFALIA – O PMDB não tem um líder histórico ou um cacique incontrastável que dê rumo e aprove coligações. Sua estrutura é formada de células regionais e facções com ampla autonomia para tratar dos interesses mais imediatos de cada grupo.
O PMDB tem nove governadores, seis ministros e a maior bancada do Congresso. Mas não tem uma liderança, alguém capaz de falar em nome do partido. A falta de referencial facilita à sigla compor-se com quem quer que seja. 'O PMDB é um partido com líderes inexpressivos. Alguém se lembra de algo relevante oriundo de Renan Calheiros ou de José Sarney?', questiona o historiador Marco Antonio Villa. Durante a ditadura, o partido teve ícones, como Tancredo Neves e Ulysses Guimarães. Hoje tem como farol figuras como Orestes Quércia e Jader Barbalho, que dirigem quadros rasteiros. Caso do senador Wellington Salgado, um especialista em defender colegas enrolados. Indagado sobre as últimas denúncias contra o senador José Sarney – gravado pela polícia articulando a nomeação do namorado de uma neta para o Senado
–, Salgado vaticinou: 'Ele fez o que todo senador faz'.
3) ADAPTABILIDADE – Se o Brasil amanhecesse comunista, o PMDB acordaria o partido dos 'comissários do povo'. Nada abala a convicção dos peemedebistas de que cedo ou tarde o partido no governo e o presidente da República, sejam quais forem, vão precisar de seus préstimos. Daí, então, basta negociar o preço, fazer as mais tenebrosas transações parecerem 'alta política' e pegar a chave do cofre apenas como mais uma 'missão de servir ao país' confiada a algum correligionário.
O PMDB começou a fazer graduação em teoria fisiológica ainda na ditadura. Na ocasião, não havia eleições diretas para presidente, governador e prefeito de capital – e o partido passou a priorizar os grotões, onde até hoje a promessa de qualquer coisa, seja uma nota de 10 reais, seja um emprego, ainda vale um voto. Em 1985, depois que José Sarney assumiu a Presidência, o partido começou a aplicar em larga escala suas habilidades em temas heterodoxos, tudo disfarçado de ações supostamente em favor da governabilidade e da formação de maioria. Na era Sarney, a especialidade da bancada do PMDB era permutar votos por concessões de rádio e TV. No governo Collor, o partido não teve muito espaço e ajudou a derrubá-lo. Na era Fernando Henrique Cardoso, a chantagem virou o instrumento de pressão do partido. Sob Lula, a troca de apoio por cargos chegou ao extremo. Hoje, o partido comanda órgãos que movimentam um orçamento de 240 bilhões de reais
. Quem já teve como função negociar com o PMDB sabe que quem não ceder perde: 'O que muda é o tamanho da colher. Em um governo, o PMDB tem uma colher de sopa. Em outro, de sobremesa. Em outro, de chá. Mas ele sempre ganha seu bocado de poder', afirma o senador Arthur Virgílio, que foi líder de FHC no Congresso.
4) ATRASO – Em todas as democracias representativas, o avanço se dá quando o nível de educação e de conforto material permite aos eleitores interessar-se por questões não diretamente ligadas à sua sobrevivência imediata. Ou seja, quando o eleitor toma decisões baseadas em conceitos antes abstratos, como 'interesse nacional' ou 'ética'. Da mesma forma que a natureza abomina o vácuo, o PMDB não se interessa pelo eleitor que escapou do lumpesinato e não mais se entrega a qualquer partido que lhe ofereça uma recompensa material básica em troca de seu voto. Como uma imensa porção da população brasileira ainda depende desse tipo de recompensa, o PMDB tem um futuro risonho a curto e médio prazos.
O PMDB é um partido pragmático. Sabe como chegar ao eleitorado e o que precisa fazer para agradar-lhe. Autor do livro A Cabeça do Eleitor, o sociólogo Alberto Carlos Almeida compara o PMDB ao brasileiro médio. "O PMDB é o partido do centro, da ambiguidade, do meio-termo, da neutralidade, do interior do país, de escolaridade baixa, morador das regiões menos avançadas. É como a média do brasileiro', compara. E esse brasileiro médio não vota por ideologia ou por afinidade, mas em quem lhe traz um benefício concreto e imediato. Por exemplo, o deputado que indica o gestor da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Por meio do órgão chegarão remédios e obras à base do parlamentar, que terá uma população muito agradecida a ele na eleição seguinte. Por isso, órgãos como a Funasa, os Correios e o INSS são tão cobiçados pelo PMDB. Há ainda uma segunda vantagem. É comum um parlamentar brigar para indicar diretorias de obras de uma estatal. O alvo nesse caso são as empreiteiras contratadas, que se tornam potenciais doadoras de campanha. 'A regra é o pagamento de comissões que vão de 5% a 10% para o partido', afirma um ex-ministro peemedebista. É por isso que a lista de cargos ocupados pelo PMDB é tão ampla. Vai de um ministério a um posto de polícia no interior.
5) RESILIÊNCIA – As subestruturas regionais e as facções do partido só atuam em conjunto, com grande eficiência, quando a sobrevivência material do grupo e sua maneira de servir-se do estado são ameaçadas por alguma reforma política modernizante e mais ampla ou por um presidente ousado e destemido que decide acabar com a festa do dinheiro público.
O PMDB é entrave a qualquer mudança necessária para a modernização. O caso mais emblemático é a reforma política. Não há razão em apoiar alterações na regra se as distorções estão na gênese do poder do partido. 'As leis eleitorais não mudarão enquanto beneficiarem essa bancada que não disputa eleição mas se dá bem em qualquer governo', afirma o cientista político Gaudêncio Torquato. A reforma tributária também fica em segundo plano. Se puxar de um lado, prejudica o empresariado, que financia as campanhas do PMDB. Se puxar de outro, prejudica estados e municípios, nos quais o partido está entranhado na máquina. Ao negociar alianças prévias com o PT e o PSDB, os dois prováveis adversários nas eleições presidenciais do ano que vem, o PMDB está apenas cuidando do próprio futuro. Para o bem e para mal, também do nosso próprio futuro."

Lula e o presidente do PMDB, Michel Temer, um ex-serrista agora com o PT



terça-feira, 28 de julho de 2009

MISTÉRIOS ENTRE O CÉU E AS PREFEITURAS

Bem, meus amigos, depois de uma semana sem postar nada de novo aqui, estou retomando a análise dos principais fatos que têm alguma relevância no cenário historiográfico, usando como base uma reportagem da revista Veja, desta semana, sobre o convênio de algumas prefeituras com uma fundação mediúnica, a Fundação Cacique Cobra Coral. Segue trecho da reportagem:

"Por mais que a ciência avance no conhecimento dos fenômenos naturais, as variações climáticas continuam a contrariar as previsões. Dá-se como certo que vai fazer um solão no fim de semana e lá vem uma frente fria inesperada e atrapalha tudo. Os meteorologistas anunciam um inverno chuvoso e logo o ar seco está irritando os olhos e gargantas. (...)
Se é quase impossível prever o clima, o que se dirá então da tarefa de modificá-lo, ora expulsando nuvens de chuva para evitar enchentes, ora fazendo-as se concentrar sobre áreas devastadas pela seca para aliviar os flagelados.
Pois não é que as prefeituras das duas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, assinaram convenios com a Fundação Cacique Cobra Coral, que se anuncia como tendo poder de interferir nos fenômenos climáticos através de uma entidade espiritual?
(...) A surpresa maior é as prefeituras estarem plenamente satisfeitas com os resultados. No Rio de Janeiro, o convêncio do outro mundo começou em 2002, na gestão do prefeito César Maia. Ele atribui sem rodeios à atuação do espírito do cacique o fato de o Rio de Janeiro não ter sofrido nenhuma tragédia climática durante os seus dois últimos mandatos de prefeito.
César Maia disparou um e-mail para a prefeitura de São Paulo, que ainda estava sob o comando do atual governador José Serra, recomendando ao colega que buscasse a mesma proteção espiritual para a cidade. Coube ao vereador paulistano Ricardo Teixeira, então secretário adjunto de Coordenação das Subprefeituras, cuidar da assinatura da parceria.
A metafísica ganhou também a adesão dos sucessores de César Maia e José Serra. Em São Paulo, a administração do prefeito Gilberto Kassab informou que o convênio, assinado por tempo indeterminado e sem custo para os cofres da cidade, não foi revogado.
No Rio de Janeiro, o secretário municipal de Obras, Luiz Antônio Guaraná, diz que pensou em dispensar os serviços do cacique. Bastou que caíssem as primeiras chuvas do verão, no começo do ano, para que ele se agarrasse às mesmas crendices da administração anterior. O convênio foi prontamente restabelecido. 'Brinquei com o Guaraná que, entre ele e a fundação, eu ficaria com a fundação", diz o prefeito Eduardo Paes, justificando a prorrogação do contrato de serviços do além.
Paes já encomendou à fundação uma nova 'operação de alteração climática'. Ele quer um veranico, a súbita elevação passageira dos termômetros em pleno inverno, com que espera controlar o surto da gripe suína, cuja propagação se beneficia das baixas temperaturas. O prefeito ficou convertidíssimo depois de atribuir a uma operação do cacique o sucesso da visita do Comitê Olímpico Internacional, no mês de maio, para avaliar a candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos de 2016. Diz Paes: 'Choveu durante as sabatinas no hotel, mas o sol se abriu na hora das visitas aos locais das provas. Até ventou na apresentação das instalações da vela. As condições climáticas foram perfeitas'.
O cacique Cobra Coral se apresenta aos mortais pela intermediação da paranaense Adelaide Scritori, de 54 anos. Antes de se embrenhar na selva brasileira, ele teria sido ninguém menos do que o italiano Galileu Galilei, o físico e matemático que criou a ciência moderna no século XVI. Fosse isso pouco, segundo Adelaide, o cacique mais tarde encarnou-se em Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos da América, que aboliu a escravidão e manteve o país unido ao cabo de uma guerra civil em que morreram 620 mil pessoas."
(Revista Veja, Sessão Cidades, páginas 96 e 97, de 29 de julho de 2009).
Na mesma reportagem, a jornalista Silvia Rogar, responsável pela matéria, ainda cita outros casos de influência esotérica nos governos do país. Ela cita o caso do minitro de Minas e Energia no governo do general João Figueiredo, o engenheiro César Cals, que recorria aos médiuns para encontrar jazidas de minerais no país. É mencionado também o exemplo do chefe da Casa Militar no governo Fernando Henrique Cardoso, o general Alberto Mendes Cardoso, que dizia incorporar o espírito de um certo "doutor Amaro" e curava muitas pessoas em sessões mediúnicas.
O certo nesta história toda, inusitada para alguns e verdade incontestada para outros, é que se essa moda pega, vai ter gente recorrendo ao além para salvar mandato de senador, acabar com escândalos no Congresso, ou até mesmo enviar algum tipo de recurso ilícito para bancar campanha eleitoral, através de cueca ou mala de fantasma. Realmente, cada vez mais, chego a conclusão que isso só acontece em nosso país. O menos pior nisso tudo é que nenhum recurso foi utilizado para se obter as vantagens do além, hehehe.
Paz e Bem para todos.
Dominus Vobiscum !!!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Escândalos no Senado Federal

O motivo da criação deste blog era de trazer notícias, informações e imagens sobre temas que demonstrassem a relação do cotidiano com a História. Mas, vivemos um mundo que a velocidade das informações e dos acontecimentos estão surpreendendo, pois várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo.
No entanto, começarei a semana com a análise da entrevista que postei mais cedo, com o professor Marco Antonio Villa. Destaco como sendo a parte mais importante da mesma, ele dizer que o evento do escândalo no Senado "é a morte política do Sarney". Agora, o que significa isso?

José Sarney, político de décadas atuando no cenário estadual ou nacional, é o representante máximo de uma forma arcaica da política brasileira: a oligarquia ou o coronelismo.

Este tipo de politicagem é presente no cenário brasileiro desde a República Velha, entre 1889 e 1930, muito embora encontramos indícios dessa prática tanto no Império quanto no período colonial.

A prática do clientelismo, onde o político acredita que é o detentor absoluto da coisa pública, e se perpetua no poder através de compra de votos ou pressões ao eleitorado, é marca registrada da figura do coronel. Não podemos esquecer que na época citada acima, o coronel detinha o controle do poder político local, através do Voto de Cabresto, prática ocorrida pelo fato do voto ser aberto, diferente da atualidade, onde o voto é secreto.

O coronel era o dono da terra, aquele que concedia favores aos seus subordinados [leia-se eleitores], muitos sendo afilhados de Batismo, deste quase Senhor Feudal. Na atualidade, percebemos que isso ainda ocorre, sobretudo, no Nordeste e na região Norte do país. Quantos registros de compra de votos são noticiados pela mídia? Quantas vezes sabemos da troca do voto por coisas materiais?

O pior é que, muitas das vezes, esta prática não é sozinha, isolada. Muita das vezes, o controle é ainda maior, como o próprio professor menciona, onde no Maranhão a presidente do TRE é cunhada do senador, a desembargadora Nelma Sarney.

O que podemos esperar de um país onde isso ainda ocorre? Ou quando a governabilidade do Executivo necessita do apoio de senadores como Sarney, Calheiros e Collor, para se concretizar ganhos reais para toda a população?

É, amigos, a única coisa que temos convicção é de que nosso papel, nessa História, é fundamental, pois somos os responsáveis em eleger estas pessoas. Somos os personagens principais de um enredo que não acabou, um enredo que tem tudo para melhorar, basta escolhermos com sabedoria os nossos representantes.

A morte política de um senador só será confirmada, quando nas urnas ele for sepultado.

Paz e Bem para todos.

Dominus Vobiscum !!!