sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Textos sobre o Japão

Meus amigos, lanço textos interessantes sobre o Japão. Espero que curtem:

“Os interesses expansionistas do Japão e dos Estados Unidos por determinadas regiões e países da Bacia do Pacífico, a partir da década de 1930, levaram essas duas nações a um confronto militar direto, durante a Segunda Guerra Mundial.
Ainda que tenha vencido diversos combates, o Japão acabou arrasado pelos ataques das forças militares dos Estados Unidos e de outras nações, como a Inglaterra, França e URSS, os chamados países aliados. Dessa forma, ao final da guerra, em 1945, o Japão se encontrava falido,com cidades, estradas, portos e lavouras destruídos e, consequentemente, com sua economia desestruturada. A rendição definitiva do Japão aconteceu somente após os Estados Unidos detonarem duas bombas atômicas, em agosto de 1945: uma sobre Hiroshima e outra sobre Nagasaki, cidades ao sul do território japonês. Essas bombas mataram cerca de 200 mil pessoas instantaneamente e outras milhares nos dias seguintes às explosões.”
[Boligian, Levon e outros. Geografia: Espaço e Vivência, 9º ano, Atual Editora, SP, 2009].


“Até há pouco tempo, a trajetória dos dekasseguis [a palavra quer dizer ‘trabalhadores temporários’] brasileiros que foram para o Japão e a dos seus antepassados, imigrantes japoneses que vieram para o Brasil, guardavam uma única diferença: ao contrário dos japoneses, que décadas depois da chegada ao país estavam definitivamente estabelecidos, os brasileiros que foram para o Japão continuavam se considerando – e sendo considerados – residentes temporários em terra estrangeira. Para especialistas, essa diferença acabou. Autor de um estudo sobre a comunidade brasileira no Japão, Pedro Corrêa Costa, vice-cônsul do Consulado do Brasil em Tóquio, afirma que os sinais de que os brasileiros estão se fixando definitivamente por lá são tao evidentes que eles não podem ser chamados mais de dekasseguis.
Não que os brasileiros tenham isso muito claro: em todas as pesquisas em que se pergunta se pretendem voltar para o Brasil, a resposta é, quase sempre, sim. Hoje, no entanto, poucos se arriscam a dizer quando se dará essa volta, como ocorria até a década passada. Atualmente, a resposta mais comum é: ‘Um dia’. Os números, porém, indicam que a situação dos brasileiros no Japão está na contramão do desejo que a maioria professa: a paridade entre homens e mulheres na comunidade tem aumentado, assim como o número de crianças e idosos – indicativos demográficos clássicos de tendência de assentamento. Além disso, aumentou exponencialmente o número de brasileiros com visto permanente japonês: eram 9000 há sete anos, contra 63000 hoje. Ao contrário do visto temporário,o permanente não exige renovação periódica e não estabelece limite máximo de permanência no país.
[...] Embora a população de brasileiros no Japão continue aumentando, em breve ela atingirá o seu teto e se estabilizará. Uma parte ficará, então, definitivamente no arquipélago. Lá, produzirá descendentes que chamarão o Japão de terra natal – e, para eles, o Brasil será aquele país distante, onde tudo começou.”

[Revista Veja, Versão On-line, www.veja.abril.com.br, São Paulo, Editora Abril, fevereiro de 2009].

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A Urbanização Excludente

Meus amigos, hoje abordaremos o processo que provoca o fenômeno da urbanização excludente. Sabemos que a urbanização é efeito global, em virtude da modernização do campo, do êxodo rural e do crescimento econômico das atividades urbanas, como o comércio e a indústria, além do crescimento natural das populações urbanas. No entanto, a maior diferença entre o fenômeno ocorrido nas regiões desenvolvidas e nas regiões subdesenvolvidas é a questão da exclusão.

Imagem de um barraco numa favela da Bolívia

Agora, o que leva a esta exclusão? Para abordarmos este fator, temos que levar em consideração, em primeiro lugar, que a América Latina é a região mais urbanizada das subdesenvolvidas, com 78% de sua população vivendo nas cidades. E este fator ocorreu por causa da falta de planejamento da migração feita pela população do campo para as cidades. A urbanização aconteceu nos últimos sessenta anos, especialmente, após a Segunda Guerra Mundial e a Revolução Industrial tardia.
As pessoas se deslocaram por conta própria, em busca de melhores condições de vida e de emprego, sobretudo nas indústrias. No entanto, o que é perceptível, é que as atividades econômicas regulares não foram capazes de gerar a quantidade de empregos necessária para a população que aumentava de forma desproporcional, ocasionando o aumento do setor informal da economia, com baixa remuneração, como é o caso de camelôs e flanelinhas.

Imagem de Contraste Social em São Paulo

Segundo o livro "Geografia, Espaço e Vivência", "O crescimento do setor informal da economia, associado à baixa renda dos trabalhadores com vínculo empregatício e ao aumento do desemprego, provocou o empobrecimento de uma grande parcela da população, que acabou não tendo condições econômicas para ocupar as áreas mais bem equipadas da cidade, onde os preços dos imóveis e aluguéis são mais elevados" (BOLIGIAN, Levon e outros. Geografia, Espaço e Vivência, 8º ano, página 98, Atual Editora, SP, 2009).

Vendedores Ambulante na Feira do Rato, em Maceió

Além disso, não podemos esquecer que tudo ocorreu por causa da omissão ou simplesmente negligência do Poder Público, que não realizou um planejamento desse processo e não investiu na infraestrutura das cidades, especialmente, nas regiões mais pobres que continuam sem receber serviços básicos, como saneamento básico e iluminação pública.

Paz e Bem para todos !!!
DOMINUS VOBISCUM !!!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Acidente de Santa Teresa

Meus amigos, Paz e Bem para todos. Depois de uma semana complicada, onde se discutiu a culpabilidade do trágico evento, infelizmente, percebemos que fica um jogo de empurra, além de infelizes comentários do atual secretário estadual de transporte, Júlio Lopes, acusando até o motorneiro de ser o grande culpado pelo acidente e pelas mortes, inclusive a dele.
Ora, secretário. A culpa pelo que ocorreu é dos insuficientes investimentos que o senhor e toda a estrutura que representa acabam colocando no transporte. Ainda bem que existem deputados, como o excelente Marcelo Freixo, e o Ministério Público para fazer alguma coisa contra esta situação.
Assim, indico o vídeo com o discurso do Freixo, que está no youtube, para nos mobilizarmos contra toda a impunidade que está aí. O link é:

http://www.youtube.com/watch?v=C6RvjvdbRgY

DOMINUS VOBISCUM !!!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Paz e bem para todos os meus amigos.
Estamos de volta !!!
Depois de muito tempo sem postar, voltamos com uma reportagem do site G1, sobre o reflexo da crise econômica que vem atingindo o continente europeu. Na verdade, percebemos a cada dia que o Velho Mundo vem perdendo a importância a pelo menos um século. Desde o fim da Primeira Guerra Mundial, o continente vem sofrendo com crises, destruições e redução de importância.
No entanto, na atualidade, podemos perceber que esta crise, iniciada em 2008, atinge ainda o continente, em especial, alguns países de médio porte, como Portugal, Espanha e Grécia, além da Itália. No caso da reportagem lida hoje, refere-se a brasileiros que imigraram pra lá, mas estão sofrendo com a crise, principalmente, aqueles que conseguiram crescer um pouco, economicamente.
Segue a reportagem:

Crise atinge churrasco, faxina e reformas de brasileiros na Europa

Pequenos empresários do Brasil sentem os reflexos nos negócios.
Em casos extremos, eles fecham as portas e pensam em voltar ao Brasil.

Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo

"A crise econômica na Europa tem afetado os negócios de pequenos empresários brasileiros que atuam no Velho Continente com churrascarias ou empresas de serviços de limpeza e de reformas. Para se adequar à nova realidade em países como Espanha, Portugal e Itália, empresários buscam alternativas de negócios, cortam gastos, reduzem o quadro de funcionários e, em casos extremos, chegam a fechar as portas e pensam em voltar ao Brasil.

Dez dos 44 anos de vida da mineira Lucimar Toledo foram dedicados a uma empresa de serviços de limpeza em Turim, no norte da Itália, que teve as atividades encerradas em fevereiro deste ano após tentativas frustradas da empresária de se manter no mercado. 'Aqui não é mais como antes (...). Na minha área mudou muito. As pessoas estão se arranjando, colocando os funcionários do escritório para eles mesmos limparem, ou, se antes limpavam três vezes na semana, agora limpam só uma', afirma.

No auge, Lucimar afirma que chegou a ter 12 funcionários. Nos últimos tempos, mantinha apenas três. '[A crise] afetou mesmo. Comecei a ter pagamento atrasados (...). Posso garantir que a Itália está desacreditada. Quando começou a crise, há uns três anos, já comecei a notar a mudança', revela.

Atualmente, a mineira está fazendo um bico em um restaurante de comida brasileira, também na Itália, mas afirma que pensa em voltar ao Brasil. 'Estou aqui há 17 anos, dirijo, falo bem o idioma. Nunca vou ficar desocupada, parada, mas estou me preparando para voltar para o Brasil. Porém, como estou aqui há 17 anos, para eu deixar a vida de forma regular, leva um tempo', diz.

Há poucos dias no restaurante, Lucimar diz acreditar que a casa ainda está com as portas abertas porque os italianos dão muito valor para uma alimentação de qualidade. 'Comida, jantar, faz parte da vida italiana', afirma. No cardápio do local estão clássicos da culinária brasileira, como o churrasco, a feijoada e o pão de queijo.

Em Portugal, pratos parecidos são servidos no restaurante do gaúcho Taylor Costa Gonçalves, de 45 anos. Mesmo com o menu apetitoso e música brasileira de fundo – a casa às vezes tem shows ao vivo – os negócios sofreram uma queda de aproximadamente 30% neste ano. 'A crise está assustando a população (...). Em qualquer lugar na Europa fala-se em crise. Mesmo quem tem dinheiro está segurando porque pode ficar desempregado (...), além da perda do poder aquisitivo', afirma.

O restaurante Aquarela do Brasil fica no litoral, em Paço de Arcos, a cerca de 12 quilômetros de Lisboa, uma região turística, ressalta o empresário, que vive no país há 20 anos e abriu o restaurante há 12.

Assim como Lucimar, Gonçalves revela que vem sentido um recuo gradativo nos negócios há cerca de três anos, quando estourou a crise econômica mundial, após o colapso do banco norte-americano Lehman Brothers. 'As perspectivas de negócios não estão muito boas (...) A crise em Portugal instalou-se, mesmo os brasileiros estão saindo, voltando para o Brasil', diz.

Diante das circunstâncias, o empresário criou várias estratégias para se manter no mercado. Uma delas foi investir em um segundo ramo de mercado, deixando um pouco de lados a picanha e a caipirinha: a oferta de comida japonesa no segundo andar do restaurante. 'O sushi entrou com muita força em Portugal e atrai o pessoal mais novo. Por isso fizemos uma sala adequada para o sushi, para não perdermos essa categoria', diz.

Além da nova aposta, Gonçalves também criou um conjunto de medidas anticrise, como fazer preços especiais para grupos acima de dez pessoas e oferecer serviço de delivery em empresas. O quadro de funcionários também foi reduzido de dez para sete pessoas - três voltaram ao Brasil, e as vagas não foram repostas. 'Temos clientes, mas as pessoas vêm menos e o que gastam é inferior.'

Em Madri, o restaurante Novillo Carioca também sofreu uma queda de 15% a 20% nos negócios. 'Nós, apesar de tudo, seguimos trabalhando razoavelmente bem, mas nota-se que as pessoas não vêm com a frequência que vinham antes', afirma Walter Gonzalez Marquez, de 56 anos, que deixou o Rio de Janeiro com a família há cerca de 40 anos rumo à Espanha.

Com cardápio variado, que vai da feijoada ao churrasco e do estrogonofe de galinha ao salpicão e salgadinhos, além do guaraná, o empresário afirma que tem buscado cortar gastos, mas sem perder a qualidade no serviço prestado. O local também traz cantores brasileiros para música ao vivo.

'Este ano tivemos que diminuir duas pessoas. Eu lógico que estou trabalhando, não sou o clássico chefe que não trabalha, e vamos fazendo assim. Quando chega no final de semana, que o movimento é maior, às vezes contratamos alguém para ajudar', explica.

Para o paulista Jerry de Pádua Américo, de 39 anos, que tem uma empresa de reestruturação e reformas de apartamentos há 13 anos na Itália, a Brazuca, o ramo da alimentação aparenta ser o mais atrativo no país. Com queda de aproximadamente 50% nos pedidos, ele investiu na aquisição de um restaurante de comida brasileira em busca de melhores rendimentos.

'Eu senti a crise como todo mundo. Consegui resistir porque tinha muitos clientes, mas meu serviço caiu pela metade', lamenta. Américo afirma, ainda, que os clientes têm atrasado nos pagamentos, coisa que não acontecia antes. Hoje ele conta com cinco funcionários, entre pedreiros, eletricistas e hidráulicos, mas afirma já ter tido 12 empregados.

Com a aquisição do restaurante, o Américo diz estar otimista. 'A única coisa na Itália que eles gastam dinheiro é com comida, faz parte da cultura do país.' O empresário diz que pretende levar uma nova proposta de restaurante brasileiro à Itália, com pratos de diferentes estados brasileiros e a história de cada uma das iguarias.

Em Paris, o empresário Celso de Freitas Andrade, de Santos, litoral de São Paulo, também tem um restaurante de comida brasileira, o Gabriela, em sociedade com um francês. Apesar de ainda não ter sentido os reflexos da crise nos negócios, Andrade afirma que mantém futuros projetos parados. 'Por enquanto não sentimos diferença, mas permanecemos vigilantes', afirma.

Apreensiva com o futuro dos negócios, a mineira Marciane de Castro Moreira, de 30 anos, que também tem uma empresa de serviços de limpeza na Itália, afirma que o custo de vida tem aumentando cada vez mais no país. 'Investi tudo o que eu tinha (...) e o risco de perder tudo é muito alto', afirma. Ela montou a empresa em fevereiro de 2010 e afirma que se mantém no mesmo patamar. 'Não tive redução nos pedidos, mas em um ano, não consegui nada de novo, são sempre os mesmos clientes desde quando abri'.

Há oito anos na Europa, a empresária afirma que sente saudades do Brasil, nem tanto pela crise, mas por estar longe da família. 'Se eu voltasse agora, não saberia por onde recomeçar. Mas tenho intenção de investir no Brasil. É o meu sonho, é o meu país.' "

http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2011/09/crise-atinge-churrasco-faxina-e-reformas-de-brasileiros-na-europa.html

DOMINUS VOBISCUM!!!

domingo, 9 de janeiro de 2011

FELIZ 2011 !!!

Depois de ficar mais de um ano sem comentar nada neste blog, estou aqui novamente iniciando um processo de reflexões sobre o mundo que nos cerca, sempre num contexto sócio-histórico . O homem é um ser, por natureza, sociológico e, por isso, acaba sendo também um ser histórico.
O que é a História, foi a reflexão que fiz no início deste trabalho. A História é a ação do homem no planeta. Sejam ações positivas, ou sejam ações negativas, elas mudam o rumo do mundo que nos cerca. E, sendo assim, este blog tem como objetivo central, voltar a refletir sobre o papel da humanidade na Terra.
Tanta coisa mudou, do fim de 2009 para o início de 2011. Vitórias por um lado, derrotas por outros. Mas, a vida é assim mesmo. Isso é História!!!
No caso do nosso país, tivemos a posse de um novo presidente em 2011. Uma mulher, a primeira mulher eleita presidente do país. Saiu Luís Inácio Lula da Silva, entra Dilma Rousseff. Mesmo para aqueles que não votaram nela nas eleições, torcemos juntos para que ela seja bem sucedida na missão de governar o Brasil.

DOMINUS VOBISCUM !!!