No entanto, começarei a semana com a análise da entrevista que postei mais cedo, com o professor Marco Antonio Villa. Destaco como sendo a parte mais importante da mesma, ele dizer que o evento do escândalo no Senado "é a morte política do Sarney". Agora, o que significa isso?
José Sarney, político de décadas atuando no cenário estadual ou nacional, é o representante máximo de uma forma arcaica da política brasileira: a oligarquia ou o coronelismo.
Este tipo de politicagem é presente no cenário brasileiro desde a República Velha, entre 1889 e 1930, muito embora encontramos indícios dessa prática tanto no Império quanto no período colonial.

A prática do clientelismo, onde o político acredita que é o detentor absoluto da coisa pública, e se perpetua no poder através de compra de votos ou pressões ao eleitorado, é marca registrada da figura do coronel. Não podemos esquecer que na época citada acima, o coronel detinha o controle do poder político local, através do Voto de Cabresto, prática ocorrida pelo fato do voto ser aberto, diferente da atualidade, onde o voto é secreto.
O coronel era o dono da terra, aquele que concedia favores aos seus subordinados [leia-se eleitores], muitos sendo afilhados de Batismo, deste quase Senhor Feudal. Na atualidade, percebemos que isso ainda ocorre, sobretudo, no Nordeste e na região Norte do país. Quantos registros de compra de votos são noticiados pela mídia? Quantas vezes sabemos da troca do voto por coisas materiais?
O pior é que, muitas das vezes, esta prática não é sozinha, isolada. Muita das vezes, o controle é ainda maior, como o próprio professor menciona, onde no Maranhão a presidente do TRE é cunhada do senador, a desembargadora Nelma Sarney.
O que podemos esperar de um país onde isso ainda ocorre? Ou quando a governabilidade do Executivo necessita do apoio de senadores como Sarney, Calheiros e Collor, para se concretizar ganhos reais para toda a população?
É, amigos, a única coisa que temos convicção é de que nosso papel, nessa História, é fundamental, pois somos os responsáveis em eleger estas pessoas. Somos os personagens principais de um enredo que não acabou, um enredo que tem tudo para melhorar, basta escolhermos com sabedoria os nossos representantes.
A morte política de um senador só será confirmada, quando nas urnas ele for sepultado.
Paz e Bem para todos.
Dominus Vobiscum !!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário