terça-feira, 28 de julho de 2009

MISTÉRIOS ENTRE O CÉU E AS PREFEITURAS

Bem, meus amigos, depois de uma semana sem postar nada de novo aqui, estou retomando a análise dos principais fatos que têm alguma relevância no cenário historiográfico, usando como base uma reportagem da revista Veja, desta semana, sobre o convênio de algumas prefeituras com uma fundação mediúnica, a Fundação Cacique Cobra Coral. Segue trecho da reportagem:

"Por mais que a ciência avance no conhecimento dos fenômenos naturais, as variações climáticas continuam a contrariar as previsões. Dá-se como certo que vai fazer um solão no fim de semana e lá vem uma frente fria inesperada e atrapalha tudo. Os meteorologistas anunciam um inverno chuvoso e logo o ar seco está irritando os olhos e gargantas. (...)
Se é quase impossível prever o clima, o que se dirá então da tarefa de modificá-lo, ora expulsando nuvens de chuva para evitar enchentes, ora fazendo-as se concentrar sobre áreas devastadas pela seca para aliviar os flagelados.
Pois não é que as prefeituras das duas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, assinaram convenios com a Fundação Cacique Cobra Coral, que se anuncia como tendo poder de interferir nos fenômenos climáticos através de uma entidade espiritual?
(...) A surpresa maior é as prefeituras estarem plenamente satisfeitas com os resultados. No Rio de Janeiro, o convêncio do outro mundo começou em 2002, na gestão do prefeito César Maia. Ele atribui sem rodeios à atuação do espírito do cacique o fato de o Rio de Janeiro não ter sofrido nenhuma tragédia climática durante os seus dois últimos mandatos de prefeito.
César Maia disparou um e-mail para a prefeitura de São Paulo, que ainda estava sob o comando do atual governador José Serra, recomendando ao colega que buscasse a mesma proteção espiritual para a cidade. Coube ao vereador paulistano Ricardo Teixeira, então secretário adjunto de Coordenação das Subprefeituras, cuidar da assinatura da parceria.
A metafísica ganhou também a adesão dos sucessores de César Maia e José Serra. Em São Paulo, a administração do prefeito Gilberto Kassab informou que o convênio, assinado por tempo indeterminado e sem custo para os cofres da cidade, não foi revogado.
No Rio de Janeiro, o secretário municipal de Obras, Luiz Antônio Guaraná, diz que pensou em dispensar os serviços do cacique. Bastou que caíssem as primeiras chuvas do verão, no começo do ano, para que ele se agarrasse às mesmas crendices da administração anterior. O convênio foi prontamente restabelecido. 'Brinquei com o Guaraná que, entre ele e a fundação, eu ficaria com a fundação", diz o prefeito Eduardo Paes, justificando a prorrogação do contrato de serviços do além.
Paes já encomendou à fundação uma nova 'operação de alteração climática'. Ele quer um veranico, a súbita elevação passageira dos termômetros em pleno inverno, com que espera controlar o surto da gripe suína, cuja propagação se beneficia das baixas temperaturas. O prefeito ficou convertidíssimo depois de atribuir a uma operação do cacique o sucesso da visita do Comitê Olímpico Internacional, no mês de maio, para avaliar a candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos de 2016. Diz Paes: 'Choveu durante as sabatinas no hotel, mas o sol se abriu na hora das visitas aos locais das provas. Até ventou na apresentação das instalações da vela. As condições climáticas foram perfeitas'.
O cacique Cobra Coral se apresenta aos mortais pela intermediação da paranaense Adelaide Scritori, de 54 anos. Antes de se embrenhar na selva brasileira, ele teria sido ninguém menos do que o italiano Galileu Galilei, o físico e matemático que criou a ciência moderna no século XVI. Fosse isso pouco, segundo Adelaide, o cacique mais tarde encarnou-se em Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos da América, que aboliu a escravidão e manteve o país unido ao cabo de uma guerra civil em que morreram 620 mil pessoas."
(Revista Veja, Sessão Cidades, páginas 96 e 97, de 29 de julho de 2009).
Na mesma reportagem, a jornalista Silvia Rogar, responsável pela matéria, ainda cita outros casos de influência esotérica nos governos do país. Ela cita o caso do minitro de Minas e Energia no governo do general João Figueiredo, o engenheiro César Cals, que recorria aos médiuns para encontrar jazidas de minerais no país. É mencionado também o exemplo do chefe da Casa Militar no governo Fernando Henrique Cardoso, o general Alberto Mendes Cardoso, que dizia incorporar o espírito de um certo "doutor Amaro" e curava muitas pessoas em sessões mediúnicas.
O certo nesta história toda, inusitada para alguns e verdade incontestada para outros, é que se essa moda pega, vai ter gente recorrendo ao além para salvar mandato de senador, acabar com escândalos no Congresso, ou até mesmo enviar algum tipo de recurso ilícito para bancar campanha eleitoral, através de cueca ou mala de fantasma. Realmente, cada vez mais, chego a conclusão que isso só acontece em nosso país. O menos pior nisso tudo é que nenhum recurso foi utilizado para se obter as vantagens do além, hehehe.
Paz e Bem para todos.
Dominus Vobiscum !!!

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