Amigos, voltamos a postar no nosso blog, refletindo sobre a questão da colocação de bases militares estadunidenses dentro do território colombiano. Os Estados Unidos, com a permissão do governo da Colômbia implantarão bases para auxiliar o governo Álvaro Uribe no combate às drogas. Pelo menos é a versão oficial para que isso ocorra, confirmada pelo conselheiro de segurança nacional do governo Barack Obama, o general James Jones.
Aparentemente, é algo justificável, uma vez que, se o principal mercado consumidor de drogas, em todo o planeta, são os Estados Unidos, nada mais interessante para eles do que auxiliar o combate à produção dessa mercadoria na fonte, ou seja, dentro da América do Sul e, em especial, a Colômbia. Se você reduz a fonte do produto, reduz a oferta do mesmo, eleva o seu preço e, pela lógica da "Lei da Oferta e da Procura", haveria uma queda no consumo.
Aparentemente, é algo justificável, uma vez que, se o principal mercado consumidor de drogas, em todo o planeta, são os Estados Unidos, nada mais interessante para eles do que auxiliar o combate à produção dessa mercadoria na fonte, ou seja, dentro da América do Sul e, em especial, a Colômbia. Se você reduz a fonte do produto, reduz a oferta do mesmo, eleva o seu preço e, pela lógica da "Lei da Oferta e da Procura", haveria uma queda no consumo.
Entretanto, os líderes dos países sul-americanos, obviamente encabeçados pelo tranquilo Hugo Chávez, não interpretam dessa forma, achando que existem outros interesses nessa implementação, principalmente, se observarmos o passado das relações dos Estados Unidos com a América do Sul [não podemos esquecer o apoio direto do governo estadunidense aos golpes militares nessa região, como no caso do Brasil, em 1964, e no Chile, em 1973].
Ontem, dia 10 de agosto de 2009, ocorreu mais uma reunião da Cúpula da Unasul, organismo composto pelos nações sul-americanas, na cidade de Quito, Equador. Seria uma reunião de mudança na presidência temporária do bloco, onde a presidente chilena Michelle Bachelet passaria o cargo para o presidente equatoriano, Rafael Correa, que estava também assumindo o seu segundo mandato como presidente do país, nesse mesmo dia. Ou seja, a reunião tinha apenas o caratér simbólico de transmissão do cargo e ponto final.
Porém, os presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia), juntamente com o próprio Correa, usaram o momento para polemizar nessa questão das bases militares, assumindo um tom beligerante. Para Chávez, "Ventos de guerra começam a soprar sobre a região. Isso pode se transformar numa nova tragédia". Morales afirmou que "é preciso salvar o próprio povo colombiano do avanço militar americano". E Correa complementou dizendo ser hipócrita afirmar que essa questão é apenas algo ligado à soberania de cada país. "Então, quando é programa nuclear, tem de ser de soberania também. Quando o problema é contra os EUA, é uma ameaça planetária. Quando é contra a Venezuela e o Equador, é questão de soberania?"
Mesmo com discursos para amenizar a problemática, tanto pelo próprio Lula, que recebera o general James Jones na semana passada, quanto pela presidente argentina Cristina Kirchner, o centro das atenções dessa reunião da Unasul, foi o tom mais forte dos demais presidentes. Tanto é que Lula propôs convocar Obama para discutir com o bloco essas questões, onde não podemos esquecer de dois fatos, além das bases: Os Estados Unidos reativaram a Quarta Frota, em águas do Atlântico Sul, desativada há décadas; e a proposta feita semana passada, por Jones, de dar tecnologia bélica para o Brasil, em troca da permissão de se explorar o pré-sal.
Será mesmo que o interesse dos EUA é somente o combate às drogas? Ou há o interesse nas riquezas minerais e naturais da região, como o caso do pré-sal brasileiro, ou até mesmo as riquezas da Floresta Amazônica [ops, as bases ficarão situadas nessa região].
A reunião da Unasul terminou sem decidir nada, pois houve um racha entre as nações. Umas, lideradas pela Venezuela, buscavam um tom mais radical, e outras, como o Peru, apoiando as decisões da Colômbia, não vendo nenhuma preocupação nesse sentido.
Amigos, temos que continuar observando esse problema, pois o imperialismo sempre começou com um discurso de ajudar, levar o progresso, fazer o bem para a região onde se instala. Mesmo Barack Obama sendo o símbolo da esperança, não podemos eliminar o contexto de interesses do seu país, e que ele representa esses interesses. Ficamos de olhos abertos.
Paz e Bem para todos.
DOMINUS VOBISCUM !!!
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