domingo, 2 de junho de 2013

A Queda do PIB Chinês

Boa noite, meus queridos amigos.
Sejam Bem-vindos ao nosso Blog
Paz e Bem para todos !!!
Tudo que realizamos na vida acaba tendo algum efeito individual ou coletivo.
Portanto, se isso ocorre, quer dizer que somos agentes permanentes da História.

     Bem, meus amigos, continuando a refletir sobre o mundo em que vivemos, li uma reportagem do jornal "O GLOBO", do sábado retrasado, dia 25 de maio de 2013, onde a temática analisada é o Produto Interno Bruto (PIB) da China, demonstrando que existe uma desaceleração de seu crescimento, que girava em torno de 10 a 13% ao ano e a previsão atual é para 7,5%.
      Antes de mais nada, precisamos refletir sobre o que vem a ser o PIB. O Produto Interno Bruto, também chamado de Produto Nacional Bruto (PNB), é a soma de todas as riquezas produzidas no país, ao longo de um ano. Alguns países vem crescendo num ritmo acelerado, acima de 7% ao ano. Outros, especialmente os países do Norte, vem crescendo à taxas inferiores a 3% [estimativa para o PIB mundial em 2013], chegando a terem taxas negativas.
      Isso ocorreu, principalmente, devido à crise que se instalou no planeta desde 2008, por conta dos eventos imobiliários que aconteceram nos Estados Unidos, onde bancos quebraram, motivados por apostas erradas em empréstimos para "mau pagadores" nas hipotecas feitas no setor imobiliário. Diferentemente da crise de 1929, que o efeito foi devastador e provocou toda a instabilidade dos anos 1930, desencadeando à Segunda Guerra Mundial, a crise atual teve um efeito extremamente negativo também, mas em razão de uma ação rápida de alguns governos nacionais, ela acabou se centralizando nos países ricos, em especial Estados Unidos e Europa.
      Seguem alguns trechos da reportagem, do jornalista Bruno Villa Boas:
      "O governo da China anunciou ontem que pretende aprofundar reformas econômicas neste ano, com medidas que incluem planos para urbanização, aumento do investimento privado e maior flexibilidade para que o yuan reflita as movimentações do mercado financeiro, segundo diretrizes elaboradas pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR). O anúncio das medidas ocorre num momento em que especialistas apontam a perda de vigor da segunda maior economia do mundo, o que poderia levar o país a registrar seu menor crescimento em 23 anos. Em cinco meses, os analistas variaram de projeções otimistas a temores de que o país cresça abaixo da meta fixada este ano para o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) de 7,5 %.
– Sim, a meta de 7,5 % está ameaçada – disse Ken Peng, economista do BNP Paribas, em Pequim – A China não está em recessão, mas não haverá recuperação.
          O premier Li Keqiang tem prometido expandir o papel das forças do mercado para sustentar o crescimento enquanto o país lida com questões como envelhecimento populacional e custos mais altos de exportações. Num discurso no dia 13 ao Partido Comunista Chinês (PCC), ele sinalizou que o governo reluta em aplicar medidas de estímulo para combater a desaceleração econômica. As diretrizes divulgadas ontem reforçam essa posição, sinalizando intervenção menor do governo para deixar que a concorrência entre empresas privadas seja o motor das decisões de investimentos. Mas a apreensão entre economistas ganhou fôlego anteontem com a divulgação do Índice de Gerentes de Compras (o PMI Industrial do HSBC). O indicador sinalizou encolhimento da atividade industrial pela primeira vez em sete meses. Segundo a leitura preliminar do índice, em maio o PMI recuou para 49,6 pontos. Um número abaixo de 50 pontos indica contração. Em abril, a leitura final do PMI foi de 50,4 pontos.
       As perspectivas de crescimento mais fraco na China já começaram a afetar o Brasil em indicadores como o volume de exportações e o preço de commodities, segundo José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Na avaliação de Castro, a balança comercial brasileira pode registrar saldo de apenas US$ 5 bilhões este ano ou até mesmo um déficit com a desaceleração da economia mundial e, principalmente, da China, principal parceiro comercial do país.
– Tudo indica um segundo semestre pior para as exportações. E um déficit na balança comercial significa uma contribuição negativa para o crescimento da economia brasileira – afirma Castro, lembrando que o saldo da balança foi de US$ 19,4 bilhões em 2012, o pior desempenho em dez anos.
           Carlos Langoni, coordenador do Centro de Economia Internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que a desaceleração chinesa marca o fim do chamado superciclo das commodities, que beneficiou a economia brasileira na última década. Isso pode reduzir o potencial de crescimento do PIB de 4% para 3% nos próximos anos:
– O superciclo durou até 2008, entrou em declínio na crise, e depois se recuperou. O fim desse ciclo não significa que os preços das commodities vão desabar, mas ficarão em patamar menor, especialmente as commodities minerais e metálicas. Isso coloca uma pressão para que o Brasil faça a transição de um crescimento baseado em consumo para um de investimentos. É o espelho do que ocorre na China, que busca incentivar o consumo.
           O impacto do ritmo mais baixo de crescimento do PIB chinês pode ser ainda mais significativo para a economia mundial. Segundo analistas ouvidos pelo jornal ‘New York Times’, as mudanças que vêm sendo anunciadas por Pequim refletem uma alteração estrutural importante na dinâmica de desenvolvimento econômico do país. De acordo com esses analistas, após anos apoiando sua expansão em gastos do governo para estimular setores exportadores, a China dá sinais de que vai apostar no mercado interno, em que o setor privado e as forças do mercado terão papel de protagonistas, sobretudo em setores como financeiro, energético, ferroviário e telecomunicações. Ontem, o governo também enfatizou esforços para controlar o risco de endividamento fiscal de governos locais.
– O novo governo está se movendo na direção correta, com foco em reforma em vez de estímulo – disse à agência Bloomberg News Chang Jian, economista do Barclays, em Hong Kong. – Mas a reforma não pode ser feita da noite para o dia: essas mudanças exigirão discussões e negociações.
[O Globo, sábado 25 de maio de 2013, página 27].

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